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Bolsa brasileira reflete bom humor externo e fecha em alta pelo 2º dia

SÃO PAULO, SP, 11 de julho (Folhapress) - O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, acompanhou o bom humor externo e fechou hoje em alta de 2,51%, aos 46.626 pontos. Foi o segundo dia seguido de avanço para o índice, somando avanço de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.07.2013, 18:16:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:32
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SÃO PAULO, SP, 11 de julho (Folhapress) - O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, acompanhou o bom humor externo e fechou hoje em alta de 2,51%, aos 46.626 pontos. Foi o segundo dia seguido de avanço para o índice, somando avanço de 3,41% no período.

"O mercado refletiu as declarações do presidente do banco central dos EUA de que a instituição pode não estar tão perto de reduzir seu programa de estímulos e a elevação da taxa de juros no Brasil, que apesar de frear a economia, deve ter impacto positivo sobre a inflação", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.

Em discurso feito ontem depois do fechamento dos mercados, Ben Bernanke, presidente do BC americano, disse que a taxa de desemprego do país de 7,6% "exagera a saúde do mercado de trabalho" e o nível de inflação é baixo.

Com isso, ele minimizou as preocupações de que o Federal Reserve poderia começar a reduzir seu programa de compra de ativos no curto prazo.

A notícia animou os investidores no mundo todo, com as Bolsas europeias e americanas subindo. O índice Nasdaq, que compila o desempenho das ações de tecnologia nos EUA, fechou em 3.578 pontos, maior nível desde outubro de 2000.

Desde 2009, o Fed recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para injetar dinheiro na economia e estimular uma retomada. Recentemente, Bernanke afirmou que prevê o início de uma redução nesse estímulo ainda neste ano e que o programa pode terminar em meados de 2014.

O próximo passo do Fed, segundo especialistas, seria aumentar a taxa de juros nos EUA, atualmente próxima de zero. Isso deixaria os títulos do Tesouro americano, remunerados por essa taxa e considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores do que aplicações em mercados emergentes.

"Com a fala de Bernanke, os investidores que já vinham procurando migrar suas aplicações para os EUA podem pensar em mantê-las por mais algum tempo nos emergentes", diz Revi. Para o analista, o mercado também vê com bons olhos o aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, anunciado ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central -em linha com o esperado pelo mercado.

"Mesmo que um aumento nos juros deixe o crédito menos acessível e contribui para uma desaceleração da economia, o impacto desse novo ciclo de alta da Selic pelo BC será positivo para a inflação no país", diz Revi.

O analista explica que o governo tem sido obrigado a tomar uma série de medidas para conter a inflação, e essa interferência constante tem deixado os estrangeiros "com um pé atrás" em relação ao Brasil. "Se a inflação melhorar, esse quadro também pode ficar mais positivo", completa.

Para Gabriel Ribeiro, analista da Um Investimentos, o desempenho da Bolsa hoje também está ligado ao noticiário asiático, depois que o ministro de Finanças da China disse que o país ainda persegue um crescimento de 7,5% em 2013 e que não descarta a adoção de novos estímulos para sustentar o crescimento.

"A China é a segunda principal economia do mundo e a declaração de que ela quer sustentar crescimento significa que ela vai continuar importando mercadorias de outros países, especialmente matérias-primas do Brasil", diz Ribeiro.

Outro fator que motivou o otimismo dos investidores foi a manutenção da política monetária no Japão, com o banco central do país afirmando que a terceira maior economia do mundo está finalmente se recuperando. A visão da instituição é a mais otimista em dois anos e meio.

Ações

Das 71 ações que compõem o Ibovespa, 62 tiveram alta hoje. Quem encabeçou a lista dos maiores ganhos foram os papéis ordinários (sem direito a voto) da Petrobras, que subiram 7,25%, para R$ 14,80.

Para evitar o forte impacto do câmbio em seus balanços, a Petrobras informou hoje que passou a adotar desde maio deste ano uma nova regra contábil, conhecida contabilidade de hedge -instrumento usado para proteção contra variações de moedas em empresas que tem receitas ou dívidas em outras moedas que não o real.

"Com a operação, a empresa vai ter sete anos para compensar o prejuízo que ela está tendo com a compra de gasolina no exterior por um preço maior do que o de venda do produto aqui no Brasil", diz Pedro Galdi, da SLW Corretora.

"Isso deve impactar positivamente o lucro da companhia, por isso as ações ordinárias subiram forte, pois os investidores esperam maiores dividendos (parte do lucro distrbuída aos acionistas)", completa. Os papéis preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) da Petrobras fecharam em alta de 3,87%, para R$ 15,80.

No sentido contrário, os papéis da OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, tiveram a maior queda entre as ações do Ibovespa hoje, cedendo 6,78%, para R$ 0,55.

Em meio à crise de confiança de investidores nas ações das empresas do grupo EBX, a OGX anunciou ontem a saída de membros do seu conselho de administração.

Dólar

No mercado de câmbio, o dólar à vista -referência para as negociações no mercado financeiro- teve desvalorização de 0,46%, fechando o dia cotado em R$ 2,267 na venda. O dólar comercial --utilizado no comércio exterior- caiu 0,17%, para R$ 2,269 na venda.

O movimento, segundo operadores, reflete a menor procura pela moeda americana, que é considerada uma aplicação mais segura, com os investidores mais otimistas em relação à continuidade dos estímulos econômicos nos Estados Unidos em 2013.

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