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Corte de gastos é mais eficiente que alta de juros, dizem entidades

SÃO PAULO, SP, 10 de julho (Folhapress) - Após o anúncio de alta da Selic (taxa básica de juros) de 8% ao ano para 8,5% ao ano, divulgado hoje pelo Banco Central, a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.07.2013, 20:41:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:35
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SÃO PAULO, SP, 10 de julho (Folhapress) - Após o anúncio de alta da Selic (taxa básica de juros) de 8% ao ano para 8,5% ao ano, divulgado hoje pelo Banco Central, a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) reduziram a expectativa de crescimento do varejo neste ano de 5% para 4,5%.

Na avaliação das entidades, a política de aumento dos juros sem contenção de gastos públicos está abaixando os patamares de crescimento do país.

"Neste momento, o governo brasileiro deveria fazer um sacrifício político e enxugar as despesas públicas para controlar a inflação. Aumentar os juros é um remédio que deve ser usado somente em último caso, porque reduz o consumo, diminui os investimentos e piora a situação das famílias endividadas", afirmou, em nota, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior.

Segundo a Firjan (Federação das Indústrias do Rio), a nova alta era previsível, levando-se em consideração que a inflação medida pelo IPCA (índice oficial do governo) ultrapassou pela segunda vez no ano a meta estabelecida.

Em nota, a entidade também defendeu os cortes de gastos públicos. "O sistema Firjan reforça a importância da adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes e que efetivamente reduza a pressão exercida pelo consumo do governo sobre a inflação. Essa política deve ser pautada por mudanças institucionais que sinalizem maior responsabilidade fiscal, incluindo o comprometimento com um superavit primário maior para os próximos anos, livre de artifícios contábeis, bem como o estabelecimento de limites para o crescimento das despesas públicas."

Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o aumento da Selic é justificado pela elevação do IPCA, mas alerta que o ônus do controle dos preços não pode recair sobre o setor produtivo.

"Não se pode negligenciar os efeitos negativos da elevação dos juros sobre a recuperação econômica", afirma a instituição em nota.

A entidade afirma que é necessária uma revisão da combinação de políticas fiscal e monetária, além de se readequar o ritmo de expansão dos gastos públicos.

A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores afirmou que o retorno da Selic aos níveis de maio de 2012 penaliza os setores produtivos.

De acordo com a entidade, a alta afeta a confiança do mercado e, consequentemente, o desempenho da economia como um todo.

A nota da associação afirma ainda que a escalada da taxa básica de juros faz retrair a intenção de investimento em produção, desviando o capital para o investimento financeiro e elevando o custo das empresas.

"Em vez do remédio amargo dos juros, esperamos que as reformas estruturais necessárias saiam do papel e venham tempestivamente em socorro do empresariado, para que as dificuldades enfrentadas não prejudiquem ainda mais a indústria, os agentes de distribuição, o varejo e o trabalhador", afirmou a nota.

Ao contrário das demais entidades, a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) encarou como positivo o aumento da Selic.

A federação afirmou que, mesmo que o nível de atividade não esteja em recuperação e que o mercado de trabalho apresente sinais de enfraquecimento, a alta é a melhor alternativa para combater a inflação.

Segundo a entidade, a desoneração de alguns setores não apresentou os efeitos esperados no nível de crescimento e de investimento da economia, não deixando outra opção ao governo que não fosse o aumento da taxa.

"A Fecomercio-SP estima que o ciclo de aumentos na Selic só será interrompido quando os números do IPCA voltarem a ficar perto do centro da meta de inflação (4,5%)", afirmou a entidade em nota.

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