Depois de abrir os negócios desta sexta-feira (5) operando em queda, o dólar comercial mudou de direção e passou a subir, tão logo o relatório de emprego dos Estados Unidos foi divulgado – indicando crescimento maior que o esperado. Isso ocorre porque o resultado positivo traz à tona preocupações de que o Federal Reserve (Fed), banco central do país, possa começar a reduzir em breve seu programa de compra de ativos.
O mercado interpreta que a interrupção do programa de estímulo do Banco Central dos EUA pode diminuir a liquidez internacional e, consequentemente o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, destinos de investidores que buscam maiores rentabilidades.
Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da inflação oficial de junho. O IPCA desacelerou de 0,37% em maio para 0,26% em junho, mas, no acumulado de 12 meses, o índice chegou a 6,7% – ultrapassando o teto da meta de inflação do governo federal.
O dólar alto pode impulsionar a inflação, uma vez que torna a compra de produtos importados do exterior, assim como insumos, mais caros, e esses preços mais altos são repassados para o mercado interno.
Último fechamento
Quinta-feira foi um dia de baixo volume de negócios, devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. A moeda dos EUA terminou o dia vendida a R$ 2,2575, com desvalorização de 0,51%.
O mercado também reagiu à decisão do Banco Central, anunciada na noite de quarta-feira, de acabar com restrições de prazos a financiamentos de exportações que envolvem pagamento antecipado, medida que tem potencial para melhorar a liquidez no mercado de câmbio.
Pela manhã, o BC vendeu 25.400 contratos de swap cambial. Mesmo em dia de pouca pressão de valorização do dólar comercial no mercado interno, o BC anunciou um segundo leilão de swap cambial tradicional (que equivale a venda de dólares no mercado futuro).
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