SÃO PAULO, SP, 4 de julho (Folhapress) - O dólar fechou hoje em queda, com intervenção do Banco Central em um dia de poucos negócios devido ao feriado nos Estados Unidos, e também acompanhando o cenário externo após o Banco Central Europeu sinalizar que pode reduzir suas taxas de juros.
A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 2,255 no mercado à vista -referência para as negociações no mercado financeiro- com desvalorização de 0,4% em relação ao real, interrompendo uma sequência de duas altas. O dólar comercial -utilizado no comércio exterior- teve baixa de 0,52% no dia, para R$ 2,257.
No início da tarde, o dólar inverteu a queda vista ao longo da manhã e passou a subir, pressionado por "operações pontuais", segundo operadores consultados pela reportagem. A cotação chegou a R$ 2,273 no mercado à vista, alta de 0,4%, o que estimulou uma nova intervenção do BC.
A autoridade realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale a venda de dólares no mercado futuro. Dos 30 mil contratos oferecidos, 25,4 mil foram vendidos pelo valor de US$ 1,264 bilhão. Os papéis têm vencimento em 1º de novembro de 2013.
"O dólar saiu de R$ 2,25 para R$ 2,27. Mesmo que não tenha sido uma oscilação muito forte, o BC achou melhor intervir no câmbio, uma vez que ele tem lutado contra a volatilidade nesse mercado", explica Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
A última intervenção do BC no câmbio havia sido em 28 de junho, quando realizou dois leilões de swap cambial tradicionais, injetando US$ 3,9 bilhões no mercado para conter a volatilidade da moeda.
"Como hoje foi um dia de poucos negócios, algumas operações com volumes maiores já foram suficientes para colocar em alta a cotação da moeda", completa Galhardo.
O BC anunciou que fará amanhã um novo leilão de swap cambial tradicional. A operação deve acontecer entre 9h30 e 9h40, e serão oferecidos 40 mil contratos com vencimento em 1º de novembro e 2 de dezembro de 2013.
Estímulos Econômicos
Na Europa, o BCE manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,5% ao ano. O presidente da instituição, Mario Draghi, acalmou o mercado ao reforçar que a política acomodativa permanecerá na zona do euro por bastante tempo.
A fala animou os investidores, que seguem preocupados, porém, em relação aos estímulos econômicos nos Estados Unidos. O banco central americano recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para estimular a economia do país.
O receio é que diante dos recentes indicadores econômicos, o corte nesse estímulo seja antecipado pela autoridade americana, que prevê o fim do programa de recompra de títulos já na metade de 2014.
De acordo com o estrategista Paulo Gala, da Fator Corretora, o resultado do relatório de emprego dos EUA em junho, que será divulgado amanhã, podera dar pistas sobre os próximos passos da política monetária do banco central dos EUA.
Além de restringir o volume de dólares em mercados emergentes, como o brasileiro, o fim do programa de estímulo nos EUA deixaria a porta aberta para uma elevação da taxa de juros americana, atualmente próxima de zero.
Com isso, os títulos do Tesouro dos EUA, que são remunerados pela essa taxa e considerados de baixo risco, ficariam mais atraentes aos investidores, que migrariam recursos de países emergentes para o mercado americano, restringindo ainda mais a oferta de dólares em países como o Brasil e pressionando a cotação da moeda para cima.
Escrito por Da Redação
Publicado em 04.07.2013, 18:11:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:50
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