Por Diogo Bercito
JERUSALÉM, 3 de julho (Folhapress) - Terminou às 17h locais (12h em Brasília) de hoje o ultimato dado pelo Exército do Egito ao presidente Mohammed Mursi, vinculado à Irmandade Muçulmana.
Passado o prazo, porém, a situação do país permanece incógnita. Tanto as Forças Armadas quanto o governo afirmam estar dispostos a insistir em suas posições, e não está claro o cenário futuro.
Na praça Tahrir, no Cairo, uma multidão celebra ruidosamente como se Mursi houvesse sido derrubado -tal como o foi o ex-ditador Hosni Mubarak, na Primavera Árabe de 2011.
Em Nasr City, porém, simpatizantes do presidente islamita afirmam que tal resultado é impossível e que, caso o Exército tente intervir, irão resistir. Em quartéis-generais espalhados pela região, incluindo uma espécie de fortaleza informal na mesquita de Rubia al-Adawwiya, os islâmicos dizem estar dispostos a ir até o martírio.
Mais cedo, o Ministério do Interior havia emitido comunicado se alinhando com o Exército e isolando ainda mais o governo Mursi. Nestes últimos dias, diversos membros de seu gabinete renunciaram, incluindo seu chanceler.
Em entrevista coletiva em Nasr City, o vice-presidente do braço político da Irmandade Muçulmana Essam el-Erian defendeu a legitimidade do governo de Mursi.
Os simpatizantes do governo notam que, por ter sido eleito democraticamente, o islamita deve permanecer no poder e concluir seu mandato. "A vontade do povo foi expressa", diz El-Erian. "Nosso governo é baseado na maioria. Nós somos a revolução, e estamos protegendo a liberdade."
Diante do clube da Guarda Republicana, porém, opositores manifestavam-se com pensamento oposto, notando que é direito democrático do povo derrubar um governante que não satisfaça suas demandas.
"Ele mentiu. Agora tem de deixar esse país", diz Nael Salahadin, 47. "Queremos que o Exército tome o poder por um período curto e, depois, que tenhamos eleições livres."
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.07.2013, 13:02:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:55
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