Três meses após a desoneração anunciada pelo governo federal do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre alguns dos produtos da cesta básica, como açúcar, óleo, arroz , feijão, macarrão, farinha de trigo, entre outros itens, os preços praticados nos supermercados de Apucarana ainda não apresentaram grandes reduções na maioria destes produtos.
A expectativa do governo federal era que a medida resultasse na queda de até 15% no custo de alguns produtos. De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento de Economia da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e Procon, foi verificada uma queda em levantamento realizado no dia 21 de junho de 0,3812% em comparação à pesquisa realizada no dia 17 de maio, tendo como base os menores preços praticados em 53 produtos em dez supermercado. O valor de compra baixou de R$ 212,51 para R$ 211.70. Se comparado com o valor praticado em 23 de março, antes da desoneração, quando custava R$ 220,95, a redução foi de apenas 4,1% sobre o total da cesta básica.
Entre os produtos verificados na pesquisa que foram desonerados está, por exemplo, o açúcar, 5 quilos, que registra hoje o menor preço de R$ 5,39. Na pesquisa realizada em março, o produto custava R$ 5,59. Outro exemplo é o do arroz Tipo Extra, que estava na semana passada sendo negociado a R$ 12,58 e há três meses custava R$ 12,95. No caso da farinha de trigo, pacote de 5 quilos, o preço praticado, de R$ 8,89, é praticamente o mesmo há três meses, quando era vendido a R$ 8,78. Em alguns produtos, houve aumento, caso do feijão Carioca, quilo, que custa R$ 5,29 e era vendido a R$ 4,95.
Por outro lado, a pesquisa do Procon/Fecea revela ainda que alguns dos produtos que se destacaram com reduções no comparativo com a pesquisa de maio foram: farinha de mandioca 1 quilo, que baixou 40,5%, sabão em pó, 1 quilo, com queda de 11,8% e biscoito Água e Sal , 400 gramas, com queda de 8,4%.
Os aumentos, por sua vez, foram verificados principalmente no setor de higiene e limpeza. A maior alta é no desinfetante, 500 ml, que subiu 38,2%, seguida pelo papel higiênico, 60 metros, com 4 pacote, com alta de 34,2%; e creme dental, 90 gramas, com reajuste de 33%.
ANÁLISE
O economista Acir Bacõn, coordenador da pesquisa, afirma que é difícil medir o impacto real das desonerações no caso específico do levantamento de preços em Apucarana. Isso porque, segundo ele, a lista elaborada pelo Procon e Fecea inclui mais produtos. Muitos deles, como de higiene, achocolatados e de limpeza, não constam na relação de desoneração anunciada pelo governo federal. “Então, por mais que os preços de alguns itens com desoneração baixem e sejam impactados individualmente na pesquisa, a média total pode ser distorcida por uma eventual alta dos demais produtos”. (Colaborou Cássio Gonçalves)
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