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De olho em novas usinas nucleares, russa Rosatom instala escritório no Rio

Por Denise Luna, Enviada especial SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA, 27 de junho (Folhapress) - A empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom vai abrir ainda este ano um escritório no Rio de Janeiro, anunciou ontem na Rússia o diretor-geral adjunto da compa

Da Redação

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Publicado em 27.06.2013, 18:53:00 Editado em 27.04.2020, 20:28:10
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Por Denise Luna, Enviada especial

SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA, 27 de junho (Folhapress) - A empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom vai abrir ainda este ano um escritório no Rio de Janeiro, anunciou ontem na Rússia o diretor-geral adjunto da companhia e membro do governo russo, Kirill Komarov.

A iniciativa tem por objetivo aproximar a Rosatom do governo brasileiro enquanto a empresa aguarda uma decisão sobre os rumos do programa nuclear no Brasil.

Em jogo estão possíveis contratos para a construção de mais usinas nucleares no país, disputados também por companhias como a francesa Areva em parceria com a japonesa Mitsubishi, que desde 2007 juntaram forças para disputar projetos do setor.

Apesar de ter anunciado em 2008 a construção de 50 usinas nucleares em 50 anos, o governo pisou no freio, após o acidente na usina de Fukushima, no Japão, em 2011.

Atualmente, há estudos para pelo menos mais quatro usinas, segundo apurou a Folha de S.Paulo, mas o governo ainda não bateu o martelo para a continuidade do programa.

"A solução nuclear é boa para o Brasil, é um país em desenvolvimento e o único dos Brics que não desenvolveu a capacidade nuclear", afirmou.

A Rosatom constrói atualmente 28 usinas nucleares na Rússia e 19 no exterior. A empresa tem projetos em construção na Índia, China, Bielorrússia, Turquia e Vietnã, somando um portfólio de U$ 70 bilhões nos próximos 10 anos.

De acordo com Komarov, os custos para a construção de unidades no Brasil seriam menores, por exemplo, do que na Grã Bretanha, devido ao valor mais baixo da mão de obra.

Decisão

O executivo afirmou que ainda não recebeu nenhum sinal positivo do governo brasileiro a respeito da continuidade do programa nuclear, mas espera para este ano a decisão sobre o modelo que será escolhido, tanto tecnológico como de financiamento, que pode ser feito pela própria Rosatom.

"O Brasil pode ser o principal player na América do Sul. Se ganhar escala, poderia produzir equipamentos e distribuir na região", disse, avaliando que a construção de apenas duas usinas, por exemplo, não seria suficiente para criar uma indústria nacional do setor.

Ele observou que, se o Brasil quer realmente expandir sua operação nuclear, o governo terá que ser mais engajado nesse projeto. O país iniciou a construção de usinas na década de 1970, com Angra 1, que só começou a produzir energia em 1984.

Angra 2 levou 20 anos para ficar pronta e Angra 3, após vários atrasos, ficou para 2018, contra a programação inicial de entrar em operação em 2015.

"Se vocês querem usina nuclear, então o governo tem que estar engajado", disse.

Segundo o diretor da Rosatom, apesar da gravidade do acidente de Fukushima, o resultado foi a busca de maior segurança das unidades, o que para ele é positivo.

De acordo com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que promove a conferência de São Petersburgo, a energia nuclear terá participação de 23% na matriz energética mundial até 2030. Hoje existem 194 usinas nucleares no mundo, com capacidade de gerar 372 gigawatts.


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