O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (22) que não leu o relatório onde o FMI (Fundo Monetário Internacional) acusa a economia brasileira de estar “superaquecida”, mas citou trechos do mesmo documento que faz uma previsão sobre a economia brasileira.
- Não li o relatório, mas vou ler no avião a caminho de Washington [...]. O FMI prevê crescimento de 5,5%, mas o BC projeta 5,8%.
No documento da Divisão de Estudos da Economia Mundial do FMI, o fundo acusa o país de ter um consumo da população mais forte que os outros países da América Latina. Para o FMI, o dado é um sinal vermelho, com a possibilidade de uma diminuição dos estímulos, como a redução dos impostos - caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - e expansão do crédito (empréstimos).
Em relação à projeção de inflação, que sempre acompanha as estimativas positivas de crescimento, Meirelles afirmou que o BC “detém os instrumentos necessários de controle da inflação”, mas evitou citar um aumento da taxa de juros, a Selic, na próxima semana. Atualmente, os juros estão no patamar mais baixo da história, em 8,75% ao ano. A estimativa é que a taxa seja elevada para 9,5%.
Sobre a possibilidade de um crescimento de um fundo global para as transações financeiras, também citado no relatório, Meirelles afirmou que a criação da taxa está descartada no Brasil e disse que “cada país tem que analisar da maneira que fizer sentido”.
- No Brasil, nós já temos um sistema financeiro equilibrado. Na última crise, o sistema financeiro não demandou um centavo do governo. Cada país tem que analisar da maneira que fizer sentido. Certamente vamos olhar com atenção, mas não vamos criar outra taxa.
Presidente do BC disse não ter lido relatório que acusa superaquecimento da economia
Escrito por Da Redação
Publicado em 22.04.2010, 13:14:00 Editado em 27.04.2020, 21:02:39
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