Por Gabriela Guerreiro
BRASÍLIA, DF, 21 de maio (Folhapress) - Eleito diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o embaixador Roberto Azevêdo disse nesta terça-feira (21) que há margem para o governo brasileiro promover mudanças nas políticas macroeconômicas do país.
Depois de reunir-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Azevêdo disse que as mudanças na área econômica devem ser feitas "gradualmente" pelo Executivo -sem listar quais seriam as alterações.
"Não é uma coisa que se resolve mexendo com um pauzinho ou dois, é uma estrutura grande de fatores que interagem entre si, eu acho que isso é uma coisa que o governo brasileiro vai ter que pensar e fazer gradualmente", afirmou.
Em relação ao Congresso brasileiro, o embaixador disse que o Legislativo é "parte importante na definição da política econômica e comercial Brasileira", por isso não vê como o Brasil possa "trilhar o caminho da competitividade" sem que as discussões passem pela Câmara e Senado.
"Pra mim, é uma vertente importantíssima na definição de nossa política comercial", afirmou.
Apesar de defender a participação do Congresso na elaboração de políticas comerciais ao país, Azevêdo não listou medidas específicas que deveriam ser tomadas pelo Legislativo. Mas saiu em defesa da MP dos Portos, aprovada na semana passada, como forma de ampliar a participação do Brasil no comércio internacional.
"O Congresso está trabalhando em diversas áreas com afinco. A reforma portuária é uma delas, muito importante, acabou de sair, acho que é uma coisa importantíssima para quem pensa em ser um participante ativo no comércio internacional, como é inevitavelmente o caso do Brasil".
O embaixador disse que se reuniu com Renan para agradecer ao Congresso brasileiro pelo "sucesso" de sua candidatura à direção-geral da OMC.
"No fim das contas, o sucesso da candidatura foi também um sucesso do esforço do governo brasileiro como um todo e aí inclusive, o Senado, o Congresso".
Azevêdo está desde a semana passada no Brasil, na primeira visita depois da confirmação de sua eleição. Ele tem uma série de visitas a autoridades brasileiras e cumprirá obrigações administrativas no Itamaraty.
Eleição
O brasileiro assumirá oficialmente o cargo em setembro, em substituição ao francês Pascal Lamy, que esteve no comando da OMC por oito anos. Ele será o primeiro latino-americano a ocupar o posto de diretor-geral da organização.
Azevêdo é representante do Brasil na instituição desde 2008. Ele disputou o cargo com outros nove candidatos. Foram três rodadas sucessivas, onde candidatos foram sendo dispensados. A escolha do diretor-geral da OMC é feita por "consenso". Ou seja, todos os membros devem apoiar ou ao menos não se opor a eleição do candidato para que ele seja de fato escolhido.
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.05.2013, 16:03:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:56
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