O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, 16, que é um 'exagero' a estimativa de alta de 7% para o PIB do País neste ano e sugeriu que talvez haja interessados em uma alta de juros maior do que o necessário.
Para combater a inflação, o ministro acredita que é possível baixar os tributos certos. "Não queremos crescimento voluntarista, mas sustentável".
Ele pediu cooperação dos empresários no sentido de uma recomposição gradual das margens para evitar saltos de preços. Isso evitaria, segundo ele, a necessidade de um aperto monetário maior.
O ministro também voltou a ameaçar o empresariado com corte nas alíquotas de importação para gerar maior competitividade de preços no mercado interno. "Há vários instrumentos para baixar preços que não só juros", disse.
Mantega disse ainda ver necessidade de um estudo para desonerar o setor de energia, mas que essa questão cabe especialmente às esferas estaduais.
No que diz respeito ao déficit nominal, Mantega estima que ele ficará ao redor de 1,5% do PIB neste ano, que seria o segundo menor entre os países pertencentes ao G-20.
O ministro destacou que o governo vai cumprir a meta de 3,3% do PIB do superávit primário e que o governo está "comprometido totalmente" com a solidez fiscal. Ele destacou que num ano eleitoral seria oportuno que os parlamentares diminuíssem o empenho para fazer bondades, o que envolveria não só políticos da oposição mas alguns da base aliada.
Entre tais "bondades" que trariam impactos sérios às contas do Tesouro este ano estaria a PEC 300, que tem como um dos defensores o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, manifestou ao jornal Valor Econômico que a aprovação desta PEC, que trata da definição de pisos salariais para policiais militares e civis, poderia causar impacto de R$ 30 bilhões nas contas públicas.
O ministro também afirmou que o déficit da conta turismo deve ficar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões em 2010. Ele destacou que o Brasil vai registrar um avanço do déficit de contas correntes em relação ao ano passado, mas que isso não será preocupante, pois deve ocorrer de forma transitória, o que é tolerável.
O ministro, no entanto, ressaltou que o déficit das transações correntes precisa ser monitorado pois é preciso manter baixar a vulnerabilidade das contas externas do País.
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