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Economista aponta politização de temas econômicos

O economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, disse em palestra promovida pelo Conselho Regional de Economia (Corecon), em São Paulo, que "os temas econômicos têm sido politizados" no Brasil. "O governo comunica mal sua agenda e o mercado

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.04.2013, 17:06:02 Editado em 27.04.2020, 20:31:54
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O economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, disse em palestra promovida pelo Conselho Regional de Economia (Corecon), em São Paulo, que "os temas econômicos têm sido politizados" no Brasil. "O governo comunica mal sua agenda e o mercado reage intensa e exageradamente," afirmou nesta sexta-feira. "O juro ora vai cair, ora vai subir, o ministro da Fazenda (Guido Mantega) diz e desdiz sobre política monetária, ora tem IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ora não tem. O que eu proponho é que a gente dê menos peso à comunicação do governo."


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Padovani também citou outros nós que o País precisa desatar, como os investimentos. Para ele, a carga tributária brasileira é pesada e o sistema é complexo. "E a política de desoneração do governo o torna ainda mais complexo."


O economista destacou também que a economia do Brasil ainda é fechada e, portanto, beneficia-se pouco de avanços tecnológicos. Além disso, há um problema de qualificação de mão de obra, que torna o País menos competitivo. Ele também chamou a atenção para os problemas de infraestrutura.


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Política monetária


De acordo com Padovani, o Banco Central, como a maior parte dos bancos centrais da América Latina, acompanha o ciclo econômico. Por isso, segundo ele, certamente o BC vai subir a taxa básica de juros (Selic), porém vai esperar os dados de atividade. O economista acredita que o Comitê de Política Monetária subirá os juros para 8,25% até o fim do ano. Atualmente, a Selic está em 7,25% anuais.


"O BC vai fazer como sempre tem feito, que é seguir o ciclo econômico. Toda essa discussão em torno dessa questão é ruído", afirmou, ressaltando, no entanto, que "claramente o BC está muito mais preocupado com a desaceleração da economia do que em preservar a inflação".


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Sobre o baixo crescimento da economia, ele disse que, depois da crise financeira internacional de 2008, o Brasil cresceu mais do que poderia e acima da expansão global, pois, segundo ele, vivia-se uma espécie de euforia com o Brasil.


"O País recebeu em 2008 o título de grau de investimento pela S&P (agência de classificação de risco Standard & Poor's), a revista The Economist colocou na capa o Brasil decolando, isso gerou uma euforia. O fato de estarmos crescendo pouco está ligado também ao fato de termos crescido excessivamente antes", afirmou.


Inflação


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Segundo ele, a euforia levou a "excessos" nos mercados de trabalho e crédito, elevando o risco inflacionário. Para diminuir a inflação, o governo teria de esfriar o mercado de trabalho, no entanto há um risco social e político embutido nessa medida.


A outra dificuldade é que o mercado de trabalho brasileiro está muito aquecido. "Acredito que haja uma reserva de trabalhadores. Os empresários não demitem porque isso custa caro e porque têm a expectativa de que a economia vai crescer."

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