RIO DE JANEIRO, RJ, 7 de fevereiro (Folhapress) - O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação do país, fechou o mês de janeiro com alta de 0,86%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do maior nível para o mês desde 2003 e o mais alto índice mensal desde abril de 2005.
Em dezembro, a taxa havia ficado em 0,79% fazendo o índice fechar o ano em 5,84%. No período acumulado em 12 meses até janeiro, o IPCA registra avanço de 6,15% e se aproxima do teto da meta oficial de inflação, de 4,5%, com margem de dois pontos para cima e para baixo.
A taxa só não ficou mais pressionada graças à deflação de 0,20% do grupo habitação devido ao recuo da tarifa de energia elétrica, que ficou 3,1% mais barata.
Chuvas e alimentos
Dentre os itens do grupo alimentação, as maiores pressões vieram do tomate, com alta expressiva de 26,15% apenas no mês de janeiro. O excesso de chuvas afetou ainda outros produtos in natura, que também subiram com força, como batata (20,58%), cebola (14,25%) e hortaliças (10,86%). Também cresceram os preços do frango (4,75%) e das carnes (1,16%), importantes itens na cesta de consumo das famílias.
Diante desses aumentos, o grupo alimentação registrou também a maior alta desde 2003 para os meses de janeiro.
Ônibus adiado e transportes
O IPCA só não ficou mais pressionado em janeiro e superou a "barreira psicológica" de 1% em razão da ação do governo federal junto aos governos municipais do Rio de Janeiro e São Paulo para não reajustarem as tarifas de ônibus em janeiro, como estava programado.
O receio do Planalto era alimentar expectativas de altas futuras, o que leva empresários a anteciparem reajustes e turbinarem a inflação.
Sem o reajuste dos ônibus nas duas principais capitais, o grupo transportes subiu 0,75% em janeiro, repetindo a taxa de dezembro.
Ainda assim, a taxa ficou pressionada devido ao aumento de 1,41% de automóveis novos, com a retirada gradual do desconto do IPI reduzido. Também puxou a taxa do grupo para cima as altas de ônibus intermunicipais (2,84%).
Embora ainda com preços em expansão (de 5,15%), as passagens áreas aumentaram menos do que em dezembro (17,2%) e contribuíram para conter a elevação do índice do grupo transportes.
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.02.2013, 10:38:00 Editado em 27.04.2020, 20:34:28
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