SÃO PAULO, SP, 1 de fevereiro (Folhapress) - O FMI censurou publicamente a Argentina hoje pela falta de precisão dos dados de inflação e crescimento econômico divulgados pelo governo do país.
A declaração do fundo não tem efeitos imediatos, mas deixa o país mais próximo de sanções que incluem o fim do acesso a empréstimos da entidade -e, em último caso, pode levar à "saída compulsória" do membro.
"O Comitê Executivo [do fundo] considerou o progresso da Argentina em implementar as medidas de correção não foram suficientes", diz o comunicado do FMI. A entidade explica que solicitou ao país índices mais confiáveis sobre seu PIB e sobre o Índice de Preços ao Consumidor da Grande Buenos Aires, que mede a inflação, publicado em setembro de 2012. O Documento exige que sejam tomadas providências antes de setembro de 2013.
Segundo a Bloomberg, a Argentina se torna, assim, o primeiro país a ser criticado pelo FMI por índices econômicos oficiais pouco confiáveis. A Tchecoslováquia teria rompido com a instituição em 1984 pelo mesmo motivo, assim como Cuba, em 1964.
Economistas e políticos colocam em dúvida estatísticas oficiais argentinas desde 2007, quando Nestor Kirchner (1950-2010), então presidente, interveio no serviço (Idec) e substituiu economistas de carreira na instituição. Seu governo e o de sua sucessora, sua viúva Cristina Kirchner, negam que o Idec manipule os dados.
Os índices variam enormemente desde então. Em 2012, consultorias privadas afirmaram que a Argentina sofreu 25,6% de inflação; já o governo afirma que a alta foi de 10,8%.
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.02.2013, 21:06:00 Editado em 27.04.2020, 20:34:43
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