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Bancos cortam crédito a emergentes, diz BIS

A crise financeira diminuiu drasticamente o total de crédito para mercados emergentes no fim de 2011. No 2º semestre do ano passado, o total de operações interbancárias aos emergentes diminuiu em US$ 80,74 bilhões. Essa é a constatação de um estudo do Ban

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.12.2012, 18:30:01 Editado em 27.04.2020, 20:36:46
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A crise financeira diminuiu drasticamente o total de crédito para mercados emergentes no fim de 2011. No 2º semestre do ano passado, o total de operações interbancárias aos emergentes diminuiu em US$ 80,74 bilhões. Essa é a constatação de um estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A América Latina, porém, não teve diminuição e sofreu apenas desaceleração das novas operações. Ou seja, empréstimos destinados aos bancos latino-americanos não diminuíram, só cresceram menos.


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Relatório trimestral divulgado neste domingo (9) mostra que, na média, países emergentes foram duramente afetados pela crise no fim do ano passado, quando bancos em todo o mundo ficaram ainda mais restritivos nos empréstimos. Em 2011, o saldo líquido dos empréstimos a bancos emergentes diminuiu em US$ 5,22 bilhões no 3º trimestre e em US$ 75,52 bilhões no 4º trimestre. Cerca de 70% desse estreitamento do mercado aconteceu via bancos da zona do euro que estão no centro da crise e, por isso, têm sido mais restritivos.


Como a oferta de crédito ficou menor, diminuiu o espaço para bancos emergentes rolarem operações antigas e, assim, instituições tiveram de quitar dívidas - o que explica a diminuição do total emprestado em mais de mais de US$ 80 bilhões em seis meses.


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Segundo o BIS, a piora foi sentida em todas as principais regiões emergentes: África, Ásia, Europa emergente, Oriente Médio e Pacífico. A única exceção é a América Latina que, ao contrário, passou bem pelo período. No mesmo 2º semestre de 2011, o total de financiamentos para a região aumentou em US$ 15,38 bilhões, sendo US$ 2,38 bilhões no 3º trimestre e US$ 13 bilhões no 4º trimestre de 2011.


"Ao contrário da Ásia e Europa emergente, a América Latina experimentou apenas uma desaceleração modesta no crescimento dos empréstimos no segundo semestre de 2011. Embora nossas estimativas sugiram que fatores locais associados à ação dos bancos da zona do euro tenham impacto negativo nos empréstimos para a região, outros fatores compensaram esse efeito", diz a pesquisa.


O relatório diz que "é interessante notar" que algumas regiões como a América Latina sofreram menos com a atual crise porque dependem menos do financiamento internacional. "Na América Latina, bancos estrangeiros desempenham um papel relevante, mas empréstimos internacionais são uma parte relativamente menos importante porque eles tendem a financiar localmente a maioria dos seus empréstimos para a região", diz o relatório, ao citar que essa avaliação já havia sido constatada pelo economista do BIS, Robert Neil McCauley, em 2010.


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Fora da América Latina, a região que mais sofreu com a piora da crise foi a "Europa emergente" - nome dado ao grupo que inclui a Rússia e Turquia, além da Bulgária, Croácia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia, Polônia, República Checa, Romênia e Ucrânia. Segundo o BIS, o total de empréstimos interbancários para a região diminuiu em US$ 47,82 bilhões no 2º semestre de 2011, sendo que 85% desse fechamento do mercado de crédito foi via bancos europeus.


A Europa emergente é, inclusive, a única que ainda não se recuperou e continuou registrando seguidas contrações do volume de crédito internacional até o último mês de junho. Segundo o BIS, nos 12 meses encerrados em junho de 2012, o total de crédito para a Europa emergente diminuiu em US$ 67,71 bilhões. No mesmo período, para efeito de comparação, a América Latina teve aumento de US$ 31,93 bilhões no total emprestado.

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