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Após 11 acidentes em fábrica, funcionários da Usiminas protestam

Por Claudia Rolli SÃO PAULO, SP, 25 de outubro (Folhapress) - Após contabilizar 11 acidentes de trabalho em 46 dias na unidade da Usiminas, em Cubatão, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santos e Região fez um protesto em frente à Superintência Regional d

Da Redação

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Publicado em 25.10.2012, 22:05:00 Editado em 27.04.2020, 20:38:37
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Por Claudia Rolli

SÃO PAULO, SP, 25 de outubro (Folhapress) - Após contabilizar 11 acidentes de trabalho em 46 dias na unidade da Usiminas, em Cubatão, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santos e Região fez um protesto em frente à Superintência Regional do Trabalho em São Paulo, órgão do Ministério do Trabalho, para pedir fiscalização na empresa.

Cinco dos acidentes ocorreram com funcionários diretos da companhia; os demais com, terceirizados.

Procurada pela reportagem, a siderúrgica não se pronunciou sobre o protesto e sobre os números envolvendo acidentes na unidade da Baixada Santista até o momento.

Levantamento feito pelo sindicato mostra que 54 trabalhadores morreram, vítimas de acidentes de trabalho entre 1993 e 2011, na unidade. "De novembro do ano passado a julho deste ano, não foram registrados acidentes, e havia uma política eficiente de prevenção", diz Florêncio Resende de Sá, presidente do sindicato.

"Entretanto, houve corte de pessoal a partir de agosto deste ano. Com essa instabilidade no ambiente de trabalho e com número menor de pessoas, o ritmo é mais intenso. Há uma série de empregados com jornada de 12 ou mais horas, o que propicia aumento do número de acidentes", diz de Sá.

Segundo o sindicato, a empresa tem hoje cerca de 11 mil empregados, dos quais 6.200 são contratados e 4.800, terceirizados. "Esse número era muito maior no início do ano. Com os sucessivos registros de prejuízo nos negócios, foram feitos ajustes e redução de pessoal para cortar a folha de pagamento. Isso certamente tem impacto no aumento do número de acidentes", diz o sindicalista.

A entidade, que é ligada à Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora), organização que reúne um grupo de sindicatos dissidentes da CUT, pediu a representantes do Ministério do Trabalho de São Paulo uma fiscalização mais frequente e eficiente e com acompanhamento dos trabalhadores --principalmente nos setores de maior risco.

"A última fiscalização do MTE [Ministério do Trabalho e Emprego] ocorreu em 2007. A empresa tem uma comissão, mas é formada por trabalhadores que são indicados pela empresa. Não tem explicação para os fiscais deixarem visitar a empresa", diz o presidente.

Paralisação surpresa

Para chamar a atenção do governo, os sindicalistas preparam uma paralisação que será feita em caráter surpresa na empresa. Na semana que vem, quando a presidente Dilma Rousseff deve visitar a empresa, o sindicato deve entregar a ela um dossiê sobre os acidentes no local.

"Durante uma visita do ex-presidente FHC em 2001, ele quase não teve contato com os trabalhadores. Esperamos que, desta vez, a presidente consiga ver ao menos uma parte de quem trabalha e o local de trabalho dos funcionários", diz De Sá.

Para os sindicalistas, existe uma orientação para que os fiscais atuem em áreas mais ligadas à arrecadação e menos ao ambiente e proteção ao trabalho.

A reportagem não localizou representantes do ministério para comentar as declarações.

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