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Requião alerta para privilégios do sistema financeiro no Brasil

O governador Roberto Requião alertou, durante a Escola de Governo desta terça-feira (23), para os privilégios que o sistema financeiro tem no Brasil. Requião disse que o Banco Central, enquanto paga juros de até 15% ao ano em suas emissões de títulos d

Da Redação

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Requião alerta para privilégios do sistema financeiro no Brasil
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Requião alerta para privilégios do sistema financeiro no Brasil
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.03.2010, 15:34:00 Editado em 27.04.2020, 21:05:27
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O governador Roberto Requião alertou, durante a Escola de Governo desta terça-feira (23), para os privilégios que o sistema financeiro tem no Brasil. Requião disse que o Banco Central, enquanto paga juros de até 15% ao ano em suas emissões de títulos da dívida brasileira, recebe apenas 0,20% ao ano nas compras que faz dos títulos norte-americanos.

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Segundo Requião, os investidores estrangeiros, com dificuldades de aplicar no mercado americano devido à crise econômica, estão buscando o mercado brasileiro. “O dinheiro vem para cá, é convertido em real e aplicado em títulos do Governo Federal. Isso rende em letras do tesouro 8,75% ao ano e, nas emissões, de 13 a 15%”, explicou.

Os dólares que entram no Brasil, transformados em reservas cambiais - disse ainda o governador -, são aplicados pelo Banco Central em letras do tesouro norte americano, que pagam apenas 0,20% ao ano. “É isso que faz presidente do Banco Central, Henrique Meireles; o ex-presidente do Banco de Boston e o presidente da Associação dos Bancos Centrais da América - todos eles sob o domínio da banca privada”, apontou.

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Requião lamentou o fato de os prováveis candidatos à presidência da república ainda não terem se posicionado sobre o assunto. O que eles dizem do Banco Central, independente da dominação do país pela banca internacional, é rigorosa e absolutamente nada”, afirmou.

DÍVIDA PÚBLICA – A Escola de Governo transmitiu partes de um programa Brasil Nação, da televisão Paraná Educativa, que debateu a dívida pública brasileira. Segundo os dados apresentados pela auditora fiscal da Receita Federal, Maria Lúcia Fattorelli, somente em 2009 foram gastos R$ 380 bilhões para pagar juros e amortização.

“A maior parte da dívida está na mão de estrangeiros, que lucram com desvalorização do real, com juros mais altos do mundo e ainda, desde 2006, não pagam mais imposto. Quando se compara com um trabalhador brasileiro, que ganha R$ 1.600 e paga 15% de imposto na fonte, é muito privilégio para o setor financeiro e muito sacrifício para a classe trabalhadora”, disse.

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A auditora e coordenadora da organização Auditoria Cidadã da Dívida explicou o processo de formação da dívida brasileira. “Ela começou como uma dívida externa na década de 70, com grande endividamento das estatais. No final da década, os bancos privados internacionais fizeram uma elevação unilateral das taxas de juros, de 6% ao ano em 70, para 20,5% em 81.”

“Essa dívida não significa financiamento de políticas públicas ou investimentos no Brasil. É um mecanismo que já levou embora US$ 144 bilhões além do que recebemos e ainda devemos mais US$ 282 bilhões”, afirmou Fattorelli. Segundo a auditora, em 2008 foi gasto 30% do orçamento no pagamento. Em 2009 o índice foi de 36%.

Para o professor Ivan Jairo Junckes, da Universidade Federal do Paraná, a dívida brasileira é atualmente administrável, mas mantém taxas de juros altas para transferir riquezas de setores da economia para setores financeiros oligopolizados

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