A presidente Dilma Rousseff voltou a defender nesta sexta-feira (13) a redução das taxas de juros e o “spread” (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e o que cobra pelos empréstimos aos clientes). Na última segunda (9), ela havia afirmado que era "tecnicamente de difícil explicação" o percentual dos spreads bancários no Brasil.
Dilma falou para uma plateia de empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. A presidente afirmou que o país deve “desmontar alguns entraves ao nosso crescimento sustentável e continuado”.
“Esses entraves podem ser resumidos muito simplificadamente na necessidade de nós colocarmos os nossos juros e spreads incluídos nos padrões internacionais de custo de capital”, declarou a presidente, aplaudida em seguida. Dilma reafirmou também a crítica que vem fazendo à política cambial dos países desenvolvidos.
Ela disse que o Brasil precisa ficar “atento” aos mecanismos de combate à crise adotados pelos países ricos, para que essas medidas “não levem a uma desvalorização do nosso câmbio e tornem a indústria brasileira, os projetistas brasileiros, as empresas de serviços brasileiras, presas fáceis de um processo de desconstrução e eu diria até de canibalização”.
A presidente falou a empresários durante a apresentação do Programa de Apoio á Competitividade da Indústria Brasileira, do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Com investimento de R$ 1,9 bilhão – dos quais R$ 400 milhões são recursos próprios e R$ 1,5 bilhão é financiado pelo BNDES – o programa pretende criar institutos de tecnologia e de inovação e ampliar a formação profissional voltada para a indústria.
A presidente afirmou ainda que o país tem que “criar condições” para uma desoneração tributária e admitiu que as empresas enfrentam cargas “pesadas”.
“O Brasil tem hoje certas estruturas tributárias que tornam muito pesadas a ser carregadas num processo de crescimento sustentável’, disse.
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