Uma mansão em uma ilha de 20 mil metros quadrados foi o principal bem confiscado pela Polícia Federal em uma operação contra a sonegação de impostos no país. A ilhota na costa da Bahia vale R$ 15 milhões e pertence ao empresário baiano Paulo Sérgio Cavalcanti, um dos detidos na operação realizada na semana passada.
O advogado do empresário diz que ele não deveria ter sido preso e tampouco a ilha, confiscada, já que foi comprada em 1982, 15 anos antes do início da investigação da Receita Federal sobre empresas que fraudavam o pagamento de impostos.
Ao menos 23 pessoas foram presas na Operação Alquimia. Ao menos 300 empresas de 16 Estados e no Distrito Federal foram investigadas por suspeita de dar uma prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Suspeita-se que ao menos 166 pessoas estejam envolvidas com o esquema.
Funcionava assim: empresários que compram e vendem produtos químicos abriam uma companhia no exterior, nas Ilhas Virgens Britânicas, e registravam empresas laranjas em vários Estados brasileiros para comprar e repassar os produtos por aqui.
As empresas laranjas recebiam os produtos do exterior, deixavam os impostos devidos à Receita acumular e, quando o Fisco batia à porta, elas fechavam e tinham seu patrimônio “comprado” pelas outras companhias da quadrilha. Um inquérito sobre o caso foi aberto no final de 2002.
Das empresas envolvidas, 50 são comprovadamente laranjas. A Receita diz que já levantou o balanço e dados fiscais de 11 delas e diz que têm R$ 110 milhões em impostos a pagar. O montante de dívida de todas as envolvidas pode chegar a R$ 1 bilhão.
O Fisco diz que há envolvidos em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe.
Na ação, que contou com 650 policiais, além de auditores da Receita, foram apreendidos quase 2,5 kg de ouro em barra, R$ 40 mil em dinheiro em apenas um dos locais, oito jet ski e uma lancha em uma ilha localizada na Bahia, três armas de fogo, quase uma centena de veículos, máquinas industriais das empresas envolvidas, documentação contábil, HDs e mídias computacionais, entre outros.
Deixe seu comentário sobre: "Ilha confiscada pela PF em operação contra sonegação vale R$ 15 milhões"