O mercado de trabalho brasileiro criou 1,593 milhão de empregos formais entre janeiro e julho deste ano, como anunciou o Ministério do Trabalho nesta terça-feira (16). O número é 14% menor do que o total de vagas criadas nos primeiros sete meses em 2010: 1,85 milhão.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que o mercado caminha para uma estabilização, após os sucessivos recordes do ano passado.
Só em julho, foram criados 140.560 empregos formais. O número é a diferença entre os 1,69 milhão de trabalhadores contratados e os 1,5 milhão demitidos, segundo o ministro Carlos Lupi. Na comparação com o dado mensal do ano passado, houve queda de 22%.
- Não foi tão bom quanto gostaríamos que fosse.
Os dois dados são os maiores já registrados para o período na comparação com anos anteriores. No mesmo mês do ano passado, foram 181.796 vagas.
O ministro diz que os próximos dois meses devem ser melhores na geração de emprego.
- Agosto e setembro serão mais fortes. Tenho certeza absoluta de que agosto superará julho.
Ele voltou a dizer que julho nunca é um mês que puxa o emprego para cima. Ele atribuiu o número menor a demissões no setor de educação, por conta de férias escolares. O segmento apresentou um volume de desligamentos 8.289 maior do que o de contratações. A diminuição do ritmo da indústria do Sul e do Sudeste e do setor do agronegócio também puxou o emprego para baixo.
Apesar de o saldo de julho ter ficado abaixo do resultado de junho e também ter sido inferior ao do mesmo mês do ano passado, o ministro não admite que haja uma desaceleração na geração de empregos. A redução já era prevista pelo ministro.
Em todo o ano de 2010, o Brasil criou 2,52 milhões de empregos com carteira assinada. O número foi tão bom que fez o ministro projetar outro recorde em 2011, com a criação de 3 milhões de vagas.
Ele afirma que o ano deve superar o recorde de 2010, já que o segundo semestre deve ser melhor que o primeiro no número de contratações.
- Mantenho a projeção de geração de 3 milhões de empregos formais. Neste ano, teremos comportamento diferente do visto no ano passado [porque o Estado não pôde contratar por conta das eleições]. Vamos ter acréscimo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mais significativa este ano.
O cadastro foi criado em 1992. Neste ano, o Ministério do Trabalho está divulgando, mês a mês, a geração de empregos com dados que são enviados pelos empregadores fora do prazo para o ministério.
Lupi diz que desde o começo de 2003, o país já criou 16.977.969 novas vagas formais.
Até o ano passado, esses dados atrasados só eram processados muitos meses depois e por isso os dados eram revisados, e a geração de empregos na verdade acabava maior. Este ano, o governo está divulgando mais cedo os dados ajustados.
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