Apesar das perdas expressivas das bolsas americanas e brasileira nos últimos pregões, os investidores ainda hesitam em voltar com força aos mercados acionários. As incertezas com o cenário externo, diante da perspectiva de uma desaceleração global, ainda estimulam o tom de cautela nos negócios. Com isso, às 12h45 o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 2,71%, a 55.755 pontos.
Na terça-feira, o índice voltou ao nível de setembro de 2009, ao recuar 2,09%, para 57.310 pontos. Em Wall Street, o Dow Jones caiu pelo oitavo dia seguido, ao perder 2,19% e deixar a linha dos 12 mil pontos.
Destaque da agenda desta quarta, a ADP Employer Services mostrou que o setor privado dos EUA criou, em termos líquidos, 114 mil vagas de trabalho em julho. O resultado superou as estimativas de analistas, mas representou forte desaceleração ante as 157 mil vagas líquidas criadas em junho.
Os dados são considerados uma prévia do chamado payroll, que sai na sexta-feira e indica o total de vagas criadas no mercado de trabalho americano.
Dívida dos EUA
E depois da aprovação no Congresso e na Casa Branca de um plano para aumentar o teto do endividamento americano e evitar o default do país, agências de classificação de risco seguem expressando sua opinião.
A Moody's confirmou o rating 'Aaa' dos Estados Unidos, mas a perspectiva tornou-se negativa. Já a agência chinesa de classificação de risco Dagong fez nesta quarta o que as agências ocidentais ameaçam fazer: rebaixou o rating de crédito dos Estados Unidos.
Para a agência do maior credor externo dos EUA, o risco de crédito americano merece agora apenas rating 'A', na mesma situação da Rússia e África do Sul, e abaixo da capacidade de pagar da China e vários outros países.
Europa
No 'velho continente', a agência de estatísticas Eurostat revelou que as vendas no varejo da zona do euro cresceram 0,9% em junho na comparação com maio, número acima do esperado. Na comparação com junho do ano passado, no entanto, as vendas caíram 0,4%.
Apesar dos bons números reportados, as tensões na região continuam e Espanha e Itália seguem sob ataque dos mercados. O prêmio de risco, preço adicional exigido dos bônus espanhóis de 10 anos, superou os 407 pontos-base em relação aos Bunds, os títulos públicos da Alemanha.
A dívida italiana também está sob pressão, com o prêmio de risco superando inicialmente 390 pontos-base, baixando depois para 370 pontos-base. Os mercados desde terça voltaram a castigar Espanha e Itália, visivelmente acreditando que a Europa não tem munição suficiente para socorrer as duas economias.
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