MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

'Vida e morte': Dino mantém preços pré-privatização de cemitérios em SP e tema vai a Plenário

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, deixou de rever, por enquanto, a decisão que retomou os preços de serviços de cemitérios e funerários em São Paulo antes da privatização do setor. O ministro viu divergências nos cálculos sobre os servi

Pepita Ortega (via Agência Estado)

·
Escrito por Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 31.01.2025, 14:50:00 Editado em 31.01.2025, 14:58:07
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, deixou de rever, por enquanto, a decisão que retomou os preços de serviços de cemitérios e funerários em São Paulo antes da privatização do setor. O ministro viu divergências nos cálculos sobre os serviços, determinando que a Prefeitura da capital paulista e o PCB - autor da ação na Corte máxima - se manifestem, em 15 dias, sobre os dados. Só então Dino vai decidir sobre o pedido da gestão Ricardo Nunes para reconsiderar seu posicionamento, decisão que eventualmente será levada ao Plenário do STF.

continua após publicidade

O município de São Paulo e o PCB vão ter de se manifestar sobre uma nota técnica feita pelo Núcleo de Processos Estruturais Complexos da Presidência do STF. O documento comparou dados apresentados à Corte pela Prefeitura e pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo. Ambos apresentaram informações sobre comportamento dos preços dos planos de serviços, com parâmetros pré-concessão e pós concessão.

Segundo o STF, os estudos apresentam trajetórias diferentes, em razão de metodologias diversas usadas para os cálculos. O documento indica que "não há grandes discrepâncias entre os preços estipulados e os valores divulgados pelas concessionárias", mas pondera que é evidente o número de casos em que tais preços não são devidamente praticados, "resultando em prejuízos para a população".

continua após publicidade

Dino ponderou que a questão central da ação é uma pergunta. A que preço. "Não se cuida apenas da dimensão monetária - que pode representar o acesso ou não a um direito fundamental - mas inclusive do preço de um sofrimento adicional, por exemplo em face de uma cobrança escorchante ou de parâmetros obscuros que dificultam a decisão familiar", frisou.

O ministro destacou que a ação não envolve um serviço público corriqueiro, mas "uma atividade prestacional concernente a um dos momentos mais marcantes e dramáticos da existência humana, quando uma família enlutada precisa cuidar, em poucas horas e imersa em profundos sentimentos, de sepultar um ente querido".

"Diante dessa moldura, é espantoso que não se constate a dimensão constitucional do tema, tentando reduzi-lo a um "negócio" ou a uma mera questão contratual", adverte o ministro. Para Flávio Dino, "mesmo que assim fosse, os contratos obviamente não estão imunes ao controle jurisdicional baseado em regras constitucionais e legais".

"Para deixar bem nítido e dissipar obnubilações: serviços públicos diretamente vinculados à vida e à morte são assuntos de estatura constitucional, não meramente de "mercado", assinalou o ministro.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "'Vida e morte': Dino mantém preços pré-privatização de cemitérios em SP e tema vai a Plenário"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!