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Uma iniciativa para proteger e recriar a mata

A mineira Natália Coelho viveu os primeiros anos de sua vida numa fazenda na área rural de Ponte Nova, município mineiro localizado a 170 quilômetros de Belo Horizonte. A paz do interior, o ar puro e o verde que compõem a paisagem foram marcantes para sua

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.04.2022, 08:04:00 Editado em 16.04.2022, 08:12:32
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A mineira Natália Coelho viveu os primeiros anos de sua vida numa fazenda na área rural de Ponte Nova, município mineiro localizado a 170 quilômetros de Belo Horizonte. A paz do interior, o ar puro e o verde que compõem a paisagem foram marcantes para sua infância.

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Assim, não foi difícil para ela perceber a importância de preservar a natureza e, com o passar dos anos, entender que era preciso buscar formas para conseguir restaurá-la. Já adulta, ela idealizou e ajudou a implantar dois projetos de reflorestamento. O mais robusto deles resultou na produção de mais de 1,5 milhão de mudas e na recuperação de mil hectares de florestas.

Servidora do Ibama, Natália foi uma das fundadoras do Programa Arboretum, que busca restaurar e conservar florestas brasileiras. O programa surgiu em 2013. Mas é possível dizer que começou a ser gestado alguns anos antes, quando ela criou o Projeto Jacarandá, na região sul da Bahia.

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"No Jacarandá, a comunidade tinha a responsabilidade de produzir as mudas e coletar as sementes com a assistência técnica e logística do Ibama. As empresas que tinham passivos ambientais se comprometeram a estruturar e manter um viveiro florestal em troca das mudas", afirmou Natália.

"A partir da experiência do Projeto Jacarandá da Bahia, idealizei o Programa Arboretum de Conservação e Restauração da Diversidade Florestal, que reúne em sua gestão atores públicos de pesquisa, extensão e normatização."

CAPACITAÇÃO

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O programa capacita comunidades indígenas, rurais e assentamentos. Oferece suporte técnico e de logística para a produção de sementes e de mudas, além de auxiliar no plantio. No início, foram criados cinco núcleos entre aqueles grupos.

Hoje, o Programa Arboretum dobrou de tamanho. Segundo Natália, ao todo são mais de 50 coletores de sementes ativos e mais de 30 viveiristas envolvidos nas comunidades, que cuidam de quatro viveiros de plantas.

A produção tem números relevantes. "Entre 2014 e 2020 foram produzidas 1,6 milhão de mudas e mais de nove toneladas de sementes. São mais de 550 espécies (de plantas) cadastradas, que contribuíram em mais de R$ 1,5 milhão na renda dos coletores e viveiristas", disse a servidora. "A partir dessa produção, foram restaurados cerca de mil hectares de floresta."

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As mudas produzidas são de árvores frutíferas, endêmicas (só encontradas naturalmente em algumas regiões) ou raras. Há ainda aquelas que, por suas características naturais, agilizam a recuperação florestal nas áreas degradadas no passado pela ação humana.

Entre as espécies estão aquelas com potencial econômico, como a sapucaia e a pimenta de macaco. Também pode ser encontrada uma espécie frutífera nova, ainda não descrita oficialmente: a abiu negro. Espécies de alto valor ecológico agregado também são plantadas pelo projeto. Estão nesta categoria o pau-brasil e do jacarandá-da-Bahia.

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"Estamos trabalhando plantios prioritariamente em áreas de agricultura familiar, por meio de sistemas agroflorestais", destacou Natália. "Entre médios e grandes proprietários, (buscamos) restauração de áreas de preservação permanente por meio de plantios em área total."

APOIO

Apesar de nem sempre essas iniciativas terem atenção dos governos, Natália disse que o Arboretum tem recebido reforços como política pública ao longo dos anos. Os principais deles vêm do amparo do Serviço Florestal Brasileiro, vinculado ao Ministério da Agricultura, e do Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA), que ajudou na criação do programa.

Mas Natália diz que ainda há muito a fazer. "Infelizmente, o discurso e a teoria sobre a importância e o valor das florestas conservadas e biodiversas não reverberaram na realidade, e na prática, da maior parte das pessoas que de perto guardam as florestas", disse Natália.

"Pela estrutura pequena e recursos limitados em comparação com universidades e outros centros de pesquisa, me pergunto por que as pessoas que conhecem o Programa Arboretum ficam tão entusiasmadas", refletiu a idealizadora do programa. "Tenho pensado e entendo que não seja pelo que o Arboretum é, mas pela potencialidade latente da floresta que apresenta."

O Arboretum tem um conselho gestor que reúne diferentes entidades, como o Serviço Florestal Brasileiro, o Jardim Botânico do Rio, a Embrapa Tabuleiros Costeiros, o Instituto Federal Baiano, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos daquele Estado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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