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Um mês após temporal, Petrópolis tenta retomar rotina em meio a trauma da maior tragédia da cidade

Quando a reportagem do Estadão chegou a Petrópolis, no início da manhã de 16 de fevereiro, uma das primeiras cenas registradas no centro da cidade imperial foi a de um corpo sendo retirado da Praça Visconde de Mauá, uma das mais icônicas do município da S

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.03.2022, 16:36:00 Editado em 15.03.2022, 16:45:26
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Quando a reportagem do Estadão chegou a Petrópolis, no início da manhã de 16 de fevereiro, uma das primeiras cenas registradas no centro da cidade imperial foi a de um corpo sendo retirado da Praça Visconde de Mauá, uma das mais icônicas do município da Serra Fluminense. A vítima, uma mulher, havia sido arrastada pelas fortes chuvas do fim da tarde anterior. Nos dias que se seguiram, outros 232 corpos foram encontrados sob a lama de encostas, em rios ou debaixo de escombros. Um mês depois daquela tragédia, quatro pessoas ainda estão desaparecidas.

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As chuvas daquele 15 de fevereiro foram as maiores já registradas na história de Petrópolis. Elas deixaram rastros de destruição por diferentes pontos da cidade. Duas das regiões mais atingidas foram o Alto da Serra e a Chácara Flora, ambas com centenas de casas construídas pelas encostas.

Um mês depois, moradores que perderam as suas casas tentam retomar a rotina em meio ao trauma. É o caso da auxiliar de serviços gerais Viviane de Souza Ribeiro, de 42 anos, que perdeu quatro parentes e teve sua casa, na Servidão Frei Leão, atingida pela lama. A Defesa Civil interditou o imóvel.

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"Estou na casa de uma amiga da minha mãe, no Alto da Serra mesmo. Já consegui uma casa para alugar, mas ainda não pude levar as coisas para lá", disse Viviane nesta terça-feira, 15. "A prefeitura prometeu doar fogão, botijão de gás e geladeira, mas até agora só recebi a geladeira. Minha mãe está morando em Fragoso e não recebeu nada ainda."

A auxiliar de serviços gerais conta que a casa que alugou, por ora, está sendo bancada com recursos próprios. "Paguei R$ 700 de caução", afirmou, dizendo que o acordo foi feito direto com o proprietário.

Viviane contou que o aluguel social - no total de R$ 1 mil pagos em conjunto pela Prefeitura e pelo Governo do Estado - não é aceito por todos os proprietários de imóveis, o que tem causado dificuldades para algumas pessoas encontrar moradia. "Eles alegam que a Prefeitura não paga. Eu até entendo, pois caía na conta da pessoa e a pessoa não pagava seu aluguel. Mas conheci várias pessoas que recebiam direitinho, no máximo com cinco dias de atraso."

Ao todo, mais de 600 pessoas ainda estão desabrigadas, à espera de um novo lar. Nesta terça, a Prefeitura anunciou que adquiriu um prédio no centro da cidade onde serão alocadas 32 famílias. O imóvel, que conta com 20 kitnets e 12 apartamentos, custou R$ 3,5 milhões. Parte do valor será custeado com recursos enviados pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que destinou R$ 30 milhões à cidade.

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