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Treze PMs são afastados após homem ser jogado de ponte em SP

Corporação abriu inquérito e afirma que "legado da PM não pode ser manchado por condutas antiprofissionais"

José Maria Tomazela e Ítalo Lo Re (via Agência Estado)

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Caso aconteceu na segunda-feira (02)
Icone Camera Foto por Reprodução/Redes sociais
Caso aconteceu na segunda-feira (02)
Escrito por José Maria Tomazela e Ítalo Lo Re (via Agência Estado)
Publicado em 04.12.2024, 08:45:00 Editado em 04.12.2024, 08:44:58
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Um vídeo divulgado nas redes sociais flagrou um policial militar jogando um homem do alto de uma ponte na cidade de São Paulo. Segundo a Ouvidoria da Polícia, o caso ocorreu na madrugada desta segunda-feira (02), na região de Americanópolis, na zona sul.

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Ao menos outros três policiais militares aparecem nas imagens, cuja origem não foi revelada. Ao todo, 13 agentes atenderam à ocorrência e foram afastados de suas atividades pelo governo do Estado.

📰 LEIA MAIS: PM joga homem de cima da ponte durante abordagem; vídeo mostra ação

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No Instagram, Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, prometeu "severa punição" aos envolvidos. As identidades da vítima e dos agentes não foram reveladas. Os PMs são integrantes do 24.º Batalhão de Diadema.

Na filmagem, é possível ver três agentes da PM sobre a ponte existente na Rua Padre Antônio de Gouveia, na altura do número 81, na Vila Clara. Um dos policiais levanta uma motocicleta do chão e a encosta na mureta. Outro PM aparece em seguida, segurando pelas costas um homem que usa uma camiseta azul.

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O vídeo registra o momento em que o policial levanta o rapaz pelas pernas e o joga do alto da ponte sobre o Córrego do Cordeiro. Na sequência, o corpo de um homem aparece boiando nas águas rasas do córrego. A queda foi de uma altura de cerca de 3 metros.

Repercussão

Procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Sergio de Oliveira e Costa considerou as imagens "estarrecedoras e inadmissíveis" e solicitou aos promotores do Ministério Público de São Paulo que se "envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população".

Ele ainda destacou a sequência de casos e os registros de letalidade. "Os episódios recorrentes de descumprimento dos comandos legais por parte de alguns agentes públicos nos deixam mais longe da tão almejada paz social, em favor da qual o Ministério Público, dentro de sua atribuição de exercer o controle externo da atividade policial, continuará atuando de maneira inequívoca, cobrando das autoridades a observância dos preceitos da Constituição Federal." A investigação caberá ao Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp), que deve apoiar o promotor designado para o caso.

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Questionada, a Polícia Militar disse, em nota, repudiar "veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes públicos no vídeo mostrado." No texto, a PM ainda afirma que instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar os fatos. "Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida (em referência a um caso ocorrido próximo deste, no Jardim Prudência, no mês passado) e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição", disse a corporação.

Comandante-geral da PM paulista, o coronel Cassio Araújo de Freitas, disse em entrevista à GloboNews que em mais de três décadas de serviço nunca tinha visto uma cena tão chocante. "Tenho 34 anos de serviço e não tinha visto algo parecido com isso", disse.

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Ele afirmou que a ação foi filmada pelas câmeras nas fardas e as imagens estão sendo analisadas pela Corregedoria. "Nessa operação nós tínhamos 13 policiais, eles estavam com as câmeras e essas imagens estão sendo analisadas."

O chefe da corporação, no entanto, considera o erro como "individual" e nega que a letalidade policial seja um problema sistêmico no Estado, apesar de haver falhas. "Uma instituição com 90 mil homens, que trabalha 24 horas por dia, atendendo 30 milhões de ocorrências, nós vamos ter, sim, uma taxa de falha. Nós somos seres humanos", disse

"Embora você tenha essa percepção de que é sistêmico, é pontual", afirmou o coronel Freitas. "Se for colocar na ponta do lápis o número de ocorrências que atendemos, o número de confrontos que enfrentamos, o número de pessoas que salvamos, você vai ver que isso aí é uma taxa pequena. É claro, é uma taxa ruim, que tem uma visibilidade porque chama muita a atenção. É chocante ver uma cena como essa", afirmou.

'Não está à altura de usar essa farda', diz Tarcísio

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou como absurda a atitude do PM. "A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras."

Segundo ele, "aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve", disse o governador em publicação no X.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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