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Transporte público tem redução de demanda, diz pesquisa CNT; uso de carro, moto e apps cresce

O transporte público coletivo teve sua demanda encolhida nos últimos sete anos, afirma estudo divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O estudo aponta que a redução tem relação com questões como os impactos da pande

Luiz Araújo (via Agência Estado)

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Escrito por Luiz Araújo (via Agência Estado)
Publicado em 07.08.2024, 12:30:00 Editado em 07.08.2024, 12:35:34
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O transporte público coletivo teve sua demanda encolhida nos últimos sete anos, afirma estudo divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O estudo aponta que a redução tem relação com questões como os impactos da pandemia de covid-19 e com a popularização do transporte por aplicativo.

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A parcela atual da população que diz usar os ônibus coletivos é de 30,9%, 14,3 p.p. menor em relação à pesquisa realizada em 2017 (45,2%, na ocasião). Já 29,6% dizem usar carro próprio, aumento de 7,4 p.p..

A utilização de moto mais que duplicou, indo de 5,1% em 2017 para 10,9%. Os serviços oferecidos por aplicativos, que tinham uma utilização praticamente inexistente em 2017 (1,0%), atingiram 11,1% em 2024.

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Para a CNT, o avanço do transporte por aplicativo pode ser explicado pela ampla adesão dos mais pobres. De acordo com o estudo, 56,9% dos entrevistados confirmaram que deixaram de usar totalmente o ônibus (29,4%) ou diminuíram o uso (27,5%). Dentre as pessoas que substituíram o ônibus pelos aplicativos de transporte, 56,6% pertencem à classe C e 20,1% às classes D/E.

O cenário, contudo, pode sufocar as operações do transporte público coletivo, afirma a CNT. A preocupação, considera o estudo, é de que os mais pobres sejam afetados, já que as classes C e D/E são as que mais se deslocam por ônibus (79,2%), trem urbano/metropolitano (77,1%) e metrô (62,3%).

"O alto porcentual ressalta a importância de maior atenção ao acesso da população com menor poder aquisitivo", considera relatório da pesquisa.

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Por isso, a entidade diz ser imprescindível ações para reverter o cenário atual da mobilidade, passando por melhoria de governanças para maior qualidade do transporte público e por programas de benefícios tarifários para inclusão da população de baixa renda.

"Essas ações são imprescindíveis para reverter o cenário atual da mobilidade urbana nas cidades brasileiras, que apresenta como maiores entraves a redução expressiva da participação dos meios coletivos na matriz de deslocamentos, o crescimento do transporte individual e motorizado e a infraestrutura precária e insuficiente, bem como a concorrência predatória com outros meios", considera o estudo.

Apoio para mudanças

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O levantamento da CNT foi realizado com o apoio da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), tendo entrevistado 3.117 pessoas, em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, de 18 de abril a 11 de maio deste ano.

Um dado ilustrativo que indica a demanda por ajuste nas atuais políticas, considera a CNT, é o crescimento do porcentual que considera o transporte público como um dos principais problemas urbanos. Superando o item Educação, o transporte público é considerado um problema para 24,3%, contra 12,4% em 2017.

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, afirma que, ao conhecer os principais problemas enfrentados pelos usuários do transporte público, a CNT tem a oportunidade de propor e trabalhar em prol de soluções que possam fomentar a utilização desses serviços no território nacional.

"Em um ano com eleições municipais, é fundamental que os candidatos coloquem a mobilidade urbana no centro de suas propostas, garantindo investimentos e políticas que tornem o transporte público mais eficiente, seguro e acessível para todos", considera Vander Costa.

Também conforme destaque feito pela CNT, chama a atenção, nos resultados, o porcentual de pessoas que são favoráveis ao investimento em conforto nas viagens e em soluções ambientais. A coleta indica que mais de 57% dos entrevistados estão dispostos a pagar uma tarifa mais cara para viajarem somente sentados nos ônibus.

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