O secretário municipal de Saúde de Pires do Rio, Assis Silva Filho pediu exoneração do cargo neste domingo (24). A solicitação aconteceu dois dias após ele pedir desculpas em uma rede social por ter vacinado a esposa - que não pertence ao grupo prioritário - na primeira etapa da campanha de imunização contra a Covid-19.
“[A vacinação dela] foi com intuito de resguardar e preservar a saúde e a vida da mulher da minha vida. Sou capaz de dar minha própria vida por ela”, afirmou em vídeo publicado na internet.
No pedido de exoneração, Assis Silva diz que a decisão de deixar o cargo é de caráter "irrevogável" e "irretratável" e de cunho pessoal. A reportagem não conseguiu contato com Assis Silva. O nome da esposa dele não foi divulgado.
A prefeita de Pires do Rio, Cida Tomazini, informou que acatou o pedido de exoneração do secretário.
O pedido de exoneração vem também dois dias depois de a Justiça de Goiás conceder liminar para tirar Assis Silva do cargo por 60 dias, enquanto o Ministério Público (MP-GO) investiga a "furada de fila" para aplicar a vacina na esposa. O promotor de Justiça de Pires do Rio, Marcelo Borges Amaral, diz que a investigação que corre dentro do órgão continua.
"A investigação do MP prossegue normalmente. A exoneração não interfere em nada na apuração de crime", explica.
Segundo planilha da Secretaria Estadual de Saúde, Pires do Rio recebeu 280 doses da Coronavac. A reportagem não conseguiu confirmar se o secretário também se imunizou.
Durante a transmissão ao vivo em uma rede social, Assis Silva informou que a esposa dele tem mais de 70 anos e o acompanha no trabalho, visitando muitas vezes as unidades de saúde do município. No entanto, não está prevista a vacinação de pessoas idosas que não estejam institucionalizadas nesta primeira fase do programa de imunização da Covid-19.
Grupos prioritários
Goiás recebeu 183.030 doses da vacina para imunizar 87.127 pessoas do grupo prioritário. Para isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) enviou 90.280 doses para todas as cidades.
Segundo diretrizes do Ministério da Saúde (MS), devem ser vacinados contra a Covid-19, com prioridade:
Profissionais da saúde;
Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência e residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas);
População indígena vivendo em terras indígenas.
As informações são do site G1.
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