Maria Lucia Paternostro Rodrigues, de 46 anos, morreu após cair de um penhasco nos Andes peruanos na última segunda-feira (1). Amigos lamentaram a morte da mulher, que era servidora do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), nas redes sociais.
De acordo com eles, Maria Lucia era conhecida por se impor através de posicionamentos fortes, pensamentos feministas e por ser a favor da preservação da natureza. Inclusive, umas das coisas que a servidora mais gostava de fazer era estar em meio à natureza, pois realizava trilhas e outras atividades sempre que possível e compartilhava essas experiências em suas redes sociais.
Mas a relação de Maria com a natureza ia além do turismo, com posicionamentos demonstrando preocupação com o meio ambiente no próprio Centro-Oeste, onde ela morava.
"O Cerrado, sua fauna, comunidades quilombolas, reservas permanentes, o bioma como um todo precisa de nossos olhos mais que atentos. O foco na situação pandêmica deu espaço a práticas atrozes de devastação em muito pouco tempo, justamente por parte de quem foi eleito para administrar e ajudar a zelar pelo território e sua integridade. (...) Uma agenda inclusiva e necessária para frear o processo de destruição da região urge! Juntemo-nos à causa", escreveu a servidora em publicação do ano passado.
Em outro momento, em 2020, Maria Lucia, que se apresentava como Malu nas redes sociais, compartilhou a foto de uma praia para falar sobre a "saudade" de sua conexão com a natureza.
"Saudade de sentir peito e alma aquecidos, de cenários lindos desbravados e momentos mágicos vividos", escreveu ela, que já havia visitado pontos paradisíacos como Fernando de Noronha.
Maria nasceu em Brasília, Distrito Federal, e trabalhava no STJ brasiliense. A mulher, que era formada em letras e em direito e pós-graduada em direito público, ingressou no Supremo em 2003.
Atualmente, ela exercia o cargo de assessora-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e de Ações Coletivas (Nugepnac).
Maria morreu quando caminhava pelos Andes peruanos, onde passava férias. Ela sofreu uma queda, na última segunda-feira, e o corpo dela só foi localizado na terça (2), pois estava em um local de difícil acesso.
A servidora deixa uma filha de 12 anos.
O que diz o Itamaraty
A reportagem do UOL entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, que alegou que a Embaixada do Brasil em Lima, capital do Peru, acompanha o caso e presta assistência à família.
"Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as repartições consulares brasileiras poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos", informa.
Com informações do UOL.
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