Foto por Anffa Sindical
Muita gente aproveita a Sexta-feira Santa para preparar aquela receita deliciosa de bacalhau ou peixe que está só aguardando uma data especial para ser colocada em prática. Selecionar bons ingredientes, principalmente, contar com peixes de boa qualidade é fundamental. Mas enquanto a maioria das pessoas está preocupada em agradar os convidados, há profissionais que já estão há muito tempo trabalhando para garantir as boas condições dos produtos à venda nos estabelecimentos comerciais.
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Esse cuidado começa bem antes do preparo, com ação intensa de fiscalização e inspeção dos pescados por auditores fiscais federais agropecuários (Affas). Desde a criação ou a pesca e até chegarem à mesa, são eles que asseguram se os produtos disponíveis atendem às recomendações previstas em lei. Porém, é preciso redobrar a atenção na hora da compra dos itens no supermercado, especialmente características relacionadas ao frescor e armazenamento do produto.
A primeira dica é observar o frescor do peixe, analisando, por exemplo, como está acondicionado e a quantidade de gelo que envolve o pescado. O ideal é que esteja totalmente imerso em temperatura baixa. Depois, é preciso avaliar a textura, pele e escamas com atenção. A região próxima à cauda deve estar limpa, lisa e livre de perfurações, com aspecto brilhante e odor normal, característico do produto. É possível analisar a firmeza das escamas e nadadeiras. Ao tentar puxar, elas não devem se soltar. Já a barriga do peixe pode ser apalpada com os dedos. Se a impressão digital não desaparecer em poucos segundos, é sinal de que o peixe não está adequado para o consumo.
O consumidor deve prestar atenção nos olhos do pescado. Eles precisam estar limpos, translúcidos, transparentes e com aspecto vivo. Outro ponto fundamental para avaliar a qualidade do peixe é a coloração das brânquias ou guelras, que devem ter cor rosa avermelhada, de aspecto úmido e brilhante. “Verificando essas principais características do produto, é possível reduzir bastante o risco de intoxicações e outras doenças causadas pela ingestão do alimento inadequado ao consumo”, garante Roberto Siqueira, auditor fiscal federal agropecuário, que atua na região de Londrina.
Bacalhau, vinho e chocolate precisam de atenção especial
No caso do bacalhau, a dificuldade está em saber escolher os legítimos, diante de tantas ofertas de peixes salgados, comercializados como se fossem bacalhau. No trabalho de inspeção, os affas avaliam aspectos sanitários na importação do produto, como a presença de parasitas. Também são analisadas questões relativas à falsificação de espécies e rotulagem adulterada. Peixes como abrótea e pirarucu costumam ser erroneamente rotulados como bacalhau.
Vinho e chocolate são outros produtos que estão na lista de compras do brasileiro na Páscoa. A questão é redobrar a atenção com a procedência e a qualidade, observando rótulos adulterados. Em relação ao vinho, o consumidor deve desconfiar de produtos muito abaixo do valor de mercado, que não condizem com a qualidade e procedência do vinho. Eles podem ser falsificados, com misturas e outras adulterações. Já quanto ao chocolate, é tarefa dos auditores fiscalizar desde a produção de mudas sadias até a qualidade das amêndoas do cacau, principalmente as importadas, para verificar se existem pragas. A colheita no tempo certo, a fermentação, os processos de secagem também são determinantes para um chocolate de qualidade. Posteriormente, nos supermercados, é importante que o consumidor avalie as condições de armazenamento e temperatura a que os produtos estão expostos, e a data de validade.
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