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Promotoria denuncia 21 por 'prédio do sexo' do PCC na Cracolândia

Instalações eram usadas para "lavar" o lucro do tráfico, segundo a denúncia do MP-SP

Pepita Ortega e Marcelo Godoy (via Agência Estado)

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Segundo o MP, as hospedarias integravam uma "complexa rede de circulação da propriedade dos imóveis" entre proprietários fictícios
Icone Camera Foto por AGENCIA BRASIL/MARCELO CAMARGO
Segundo o MP, as hospedarias integravam uma "complexa rede de circulação da propriedade dos imóveis" entre proprietários fictícios
Escrito por Pepita Ortega e Marcelo Godoy (via Agência Estado)
Publicado em 13.09.2024, 17:26:00 Editado em 13.09.2024, 17:27:02
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 21 investigados por uma rede de hotéis e de casas de prostituição do PCC na Cracolândia, região central de São Paulo. Segundo a Promotoria, os hotéis eram usados para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro do crime e outros delitos. O órgão imputa aos acusados organização criminosa e associação para o tráfico de drogas na região onde peregrina a multidão de dependentes do crack.

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-LEIA MAIS: Maidê Mahl: saiba o que a polícia fez sobre o caso

A rede de hotéis e hospedarias do PCC no centro da capital paulista foi desbaratada na segunda fase da Operação Downtown, em junho. Como mostrou o Estadão, o conjunto de estabelecimentos foi montado para que a facção pudesse transferir a Cracolândia para qualquer área do centro, de sua escolha, sem prejudicar a logística do tráfico.

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A denúncia preenche 49 páginas e é subscrita por seis promotores de Justiça do Gaeco - braço do Ministério Público que combate o crime organizado - de São Paulo e de Presidente Prudente.

A acusação dá destaque a Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho, apontado como patrão do PCC no centro. Ele já foi formalmente denunciado à Justiça por chefiar o tráfico de drogas nas albergarias do centro de São Paulo e ser "dono" da Favela do Moinho - o QG de todo o "ecossistema criminoso" da facção na região central da capital, segundo a Promotoria.

A denúncia narra que a família Moja mantinha um hotel no centro da capital paulista para lavar o lucro do tráfico. A peça de 49 páginas da Promotoria imputa crimes aos donos dos hotéis do PCC.

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Segundo o MP, as hospedarias integravam uma "complexa rede de circulação da propriedade dos imóveis" entre proprietários fictícios.

Outro denunciado é David de Godoy, "figura central em todo esquema criminoso, atuando como contador nos hotéis alvos de buscas e que são dominados" pela facção.

Também é acusado Marcelo Carmens, outra "figura de comando" na exploração criminosa de hotéis. Segundo a Promotoria, os imóveis de Marcelo seriam usados para custodiar indivíduos subordinados aos famigerados Tribunais do Crime, promovidos pela facção.

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A denúncia aponta que alguns hotéis abrigavam "reiterada exploração sexual de mulheres". De acordo com a Promotoria, um prédio situado na Alameda Barão de Limeira é conhecido como prédio do sexo.

Durante batida nas casas de prostituição, a Polícia chegou até a apreender um caça-níquel, o que, para a Promotoria, "evidencia o total ambiente de desordem da região central".

Testemunhas

A denúncia é abastecida por depoimentos de testemunhas protegidas. Uma delas narrou como os hotéis na Cracolândia passaram a abrigar usuários de drogas, que procuravam os locais para consumir cocaína e crack. Segundo a denunciante, os hotéis eram classificados de acordo com a "capacidade financeira" do usuário.

Uma outra testemunha - cujo relato foi corroborado pelas buscas realizadas pelo MP - indicou que os porteiros dos prédios se filiaram ao PCC "para praticar a traficância e a exploração sexual das pessoas, exercendo, quando necessário, a "disciplina" do código de conduta da facção".

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