O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, anunciou nesta quinta-feira, 9, um pacote de medidas em apoio à população atingida pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, com potencial de R$ 5,5 bilhões para serem aplicados em projetos e contratos. Deste total, R$ 1,5 bilhão já é um recurso negociado e garantido.
Os outros R$ 4 bilhões, segundo Ilan, dependem de autorizações e negociações futuras. As taxas de juros aplicadas serão de 0,4% a 0,8% ao ano.
Ilan explicou que, do total de R$ 1,5 bilhão, R$ 400 milhões advém de um contrato com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e são recursos voltados ao suporte ao emprego e financiamento de micro e pequenas empresas. Há ainda um segundo contrato com BRDE, também no valor de R$ 400 milhões, que pode ser redirecionado para pequenos e médios municípios com quatro áreas críticas: mercado de trabalho, turismo, saúde e saneamento.
Dentro deste pacote de R$ 1,5 bilhão, há ainda cerca R$ 750 milhões oriundos do chamado "Projeto Porto Alegre Mais", que já foi aprovado internamente, mas está pendente a assinatura do contrato com a prefeitura. Esse projeto é voltado para ações de educação, saúde, assistência social e pagamento de precatórios.
Já os R$ 4 bilhões ainda dependentes de negociações terão como foco novos programas de financiamento, reconstrução e resiliência climática nas áreas de infraestrutura, apoio ao setor agrícola, desenvolvimento urbano e projetos sociais. Dentro do pacote, há ainda recursos do programa chamado "Profisco", feito em parceria com a secretaria de Fazenda do governo do RS para melhorar arrecadação e digitalizar processos.
Ilan disse acreditar que, apesar dos recursos ainda estarem pendentes, deve haver uma liberação rápida. "Imagino que neste momento todos os trâmites vão acabar ocorrendo mais rápido que o normal", avaliou. Ele afirmou ainda que o BID vai doar R$ 3 milhões ao Estado gaúcho para ajuda humanitária.
Além do apoio financeiro, o presidente reforçou que o banco pode ajudar o Estado com conhecimento técnico e estudos em projetos resilientes voltados para mudanças climáticas. Ele ponderou ainda que o BID triplicou os recursos para financiamento climático na América Latina e no Caribe. "A mudança climática é real e tem mostrado como afeta os países", disse.
Durante coletiva à imprensa, Ilan destacou ainda o papel do BID em suporte à presidência temporária do Brasil no G20. Ele citou dois componentes principais que o banco apoia mais firmemente: a força-tarefa para aliança global contra fome e pobreza que deve ocorrer em julho no Rio de Janeiro e a trilha financeira, com foco na reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento.
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