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Prefeitura de São Paulo mantém restrições a desfile dos blocos de rua no carnaval

A Prefeitura de São Paulo indicou que vai manter as restrições aos blocos de carnaval que querem desfilar nas ruas da capital durante o feriado prolongado de Tiradentes, no próximo dia 21. A decisão ocorreu após uma reunião exaltada na noite desta sexta-f

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.04.2022, 20:06:00 Editado em 09.04.2022, 20:11:47
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A Prefeitura de São Paulo indicou que vai manter as restrições aos blocos de carnaval que querem desfilar nas ruas da capital durante o feriado prolongado de Tiradentes, no próximo dia 21. A decisão ocorreu após uma reunião exaltada na noite desta sexta-feira, 8, com representantes de associações e grupos do carnaval de rua paulista e da administração municipal.

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Para os líderes do carnaval de rua, a Prefeitura assumiu uma posição de intransigência durante a reunião e negou todos os pedidos feitos para apoiar os desfiles, fosse com infraestrutura ou autorizações. O encontro terminou com ânimos exaltados e protesto por parte dos representantes dos blocos, que acusam a secretária de Cultura, Aline Torres, de ter tentado encerrar a reunião durante a fala dos líderes. A gestão municipal não comentou o assunto neste sábado, 9.

"Temos o direito sim de ocupar as ruas de maneira responsável e organizada, mas a Prefeitura também precisaria nos atender. Deixamos claro que somos cidadãos e temos o direito garantido pela Constituição da livre manifestação, algo que eles não podem impedir", diz Thaís Haliski, coordenadora da Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo.

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Para José Cury Filho, do Fórum de Blocos de São Paulo, a Prefeitura teve desde dezembro para elaborar um plano de apoio ao carnaval de rua, mas "compareceu em peso na reunião para dizer que são os tutores do carnaval e que nós não pensamos na segurança da população, o que não é verdade". Ele diz que esperava "um resultado mais democrático" do encontro. "A luta sempre vai ser para a cidade ouvir quem faz a festa, porque o município também se beneficia. Não pode criminalizar e nem regrar ou proibir que a festa aconteça."

Na manhã da última terça-feira, 5, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) sinalizou que estaria "aberto a dialogar, contribuir" com o carnaval de rua. "A gente pode tentar fazer algo razoável, com o tamanho de estrutura que a gente possa eventualmente oferecer e eles conseguirem. A gente precisa fazer isso junto, não dá pra fazer separado", disse.

A insatisfação dos blocos veio após a Prefeitura confirmar a realização dos desfiles das escolas de samba ao longo do feriado de Tiradentes, mas se abster de apoiar o carnaval de rua. Segundo Nunes, o Município não teria tempo hábil para organizar um evento de porte equivalente ao dos anos anteriores à pandemia, o que necessitaria de meses de antecedência e costuma contar com patrocínio privado (que seria de R$ 23 milhões neste ano, antes do cancelamento por causa do avanço da Ômicron). "É uma estrutura muito grande. Se não tiver médico, ambulância, segurança, vão ter acidentes."

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Na véspera, o Acadêmicos do Baixo Augusta e a produtora Pipoca - ligada a blocos com artistas de destaque nacional - tinham anunciado a realização dos desfiles de rua, mesmo sem a autorização da Prefeitura até então. Os grupos e agremiações também divulgaram um manifesto pela liberação de desfiles na rua durante o feriado prolongado.

Intitulado "Carnaval de rua livre, com diversidade e democracia! Contra a violência policial e a censura", o documento foi assinado pelo Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval de São Paulo, que representa mais de 190 agremiações; a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo, integrada por aproximadamente 60 blocos; a União dos Blocos de Carnaval do Estado de São Paulo (Ubcresp), o Arrastão dos Blocos, a Associação de Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp) e o Ocupa Carnaval SP.

Líderes e membros dos seis grupos compareceram à reunião desta sexta. Pela Prefeitura, foram representantes das Secretarias de Cultura, de Urbanismo e Licenciamento, de Subprefeituras, de Segurança Urbana e da Polícia Militar.

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Parte dessas organizações já havia se manifestado no início do ano pelo adiamento do carnaval de rua de fevereiro, graças ao avanço da variante Ômicron e antes mesmo da decisão da Prefeitura. Apesar do cancelamento, o feriado de fevereiro também contou com os desfiles informais dos blocos nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Os representantes do carnaval de rua afirmaram que pretendem desfilar mesmo sem autorização. A reportagem pediu um posicionamento da Prefeitura sobre a reunião, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

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