A tecnologia avança rapidamente. Devido a isso, uma nova maneira de "expandir os limites humanos" foi alcançada. O chamado biohacking pode ser entendido como a prática de intervir no corpo humano usando um conjunto de tecnologias para melhorar ou expandir a capacidade humana em uma determinada atividade. No geral, ele pode ser usado para armazenar dados, ampliar a sensibilidade de uma parte do corpo e até facilitar em ações dia a dia, como pagamentos.
No Brasil, o biohacking já foi observado em "óculos inteligentes", por exemplo, pois ajudam pessoas com deficiência visual a ter mais independência no dia a dia. Inclusive, cinco alunos de escolas que compõem o Núcleo Regional de Apucarana (NRE) receberam o item recentemente. Clique aqui para ver.
Contudo, a modificação corporal dentro dessa ciência envolve também implantação de microchips. Esses dispositivos têm circuitos eletrônicos e uma peça para se comunicar com outros aparelhos por ondas de rádio.
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O que são esses microchips e o que eles fazem?
A professora de biotecnologia da Universidade de São Paulo (USP), Fernanda Matias, explica que tal dispositivo é usado para armazenar e transmitir informações. Eles podem funcionar através de ondas de rádio, sensores integrados ou sinais elétricos. O chip pode ser implantado no corpo em poucos minutos e o processo geralmente é tão simples quanto pôr um piercing.
Além disso, a estrutura do microchip é composta por uma espécie de vidro e, por ser biocompatível, não causa reação alérgica.
O item poder ser usado para a realização das seguintes atividades:
Pagamento
Na Holanda, já há pessoas que usam a tecnologia para efetuar pagamentos. Elas não precisam usar dinheiro, cartão de banco ou celular para pagar. Em vez disso, basta colocar a mão próximo do leitor de cartão para concluir a transação.
A Walletmor, empresa holandesa que trabalha com a tecnologia, diz que o chip é seguro, tem aprovação regulatória no país e funciona imediatamente após ser implantado. Também não requer bateria ou outra fonte.
Armazenamento de dados
O implante de microchips também serve para guardar informações, como dados médicos ou o crachá do trabalho.
"Normalmente, olham estranho pra você porque não é um negócio muito trivial", diz um especialista em segurança cibernética.
"Tem algumas pessoas que têm curiosidade e pedem pra ver. Porque, se você passa o dedo em cima, você o sente. As pessoas querem saber o que é sentir, é bem curioso", afirma.
Ele contou que o principal motivo para realizar o implante foi a vontade de conhecer mais a tecnologia e como ela poderia ser utilizada para facilitar coisas do dia a dia.
Magnetismo
O implante de pequenas pastilhas de ímãs na ponta dos dedos funciona para que pessoas tenham uma sensibilidade extra: sentir campos magnéticos ao seu redor.
Para Luli Radfahrer, professor e diretor do laboratório de pesquisa acadêmica Interfaces Digitais, Experiências e Inteligências Artificiais (IDEIA), o procedimento não muda o corpo humano de forma significativa.
"Com isso [a implementação do ímã], a pessoa sente no tato alguma mudança. As pessoas dizem que têm um sexto sentido porque elas sentem as variações magnéticas. Isso é puramente estético", afirma Radfahrer.
Uma das empresas que produzem o equipamento é a Grindhouse Wetware, startup de biotecnologia com sede na Pensilvânia. A organização se concentra em experimentar tecnologia para aumentar as capacidades humanas.
Fonte: G1.
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