A Polícia Civil de São Paulo cumpriu na manhã desta segunda-feira (15) mandados de busca e apreensão na prefeitura de Mauá, no ABC paulista, em operação que apura irregularidades referentes ao hospital de campanha que o município estruturou para atender a pacientes com covid-19. A suspeita é de que o prefeito da cidade, Atila Cesar Monteiro Jacomussi, e o secretário de Saúde, Luis Carlos Casarin, tenham cometido ilegalidades para favorecer a organização social Atlantic - Transparência e Apoio à Saúde Pública, contratada para gerir a unidade hospitalar por três meses. O contrato tem valor de R$ 3,3 milhões.
A operação foi articulada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Também foram cumpridos mandados na capital paulista, Barueri e Jundiaí.
Em nota, o MPSP informou que, além do prefeito e do secretário, são investigadas duas pessoas, sendo uma delas a presidente da organização social Atlantic, Jéssica Alves Pontes Belo. Os investigados poderão responder por descumprimento à Lei 8.666/1993, que regulamenta licitações e contratos da administração pública, por falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes, segundo o órgão.
Procurada pela Agência Brasil, a prefeitura de Mauá encaminhou nota, afirmando que prestou esclarecimentos ao MPSP e que tem mantido "conversas diárias" com os promotores.
"Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa", acrescenta. A reportagem também buscou posicionamento da Atlantic e aguarda retorno.
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