As cirurgias para melhorar aspectos relacionados ao órgão genital feminino já foram consideradas tabus, mas estão cada vez mais comuns. Um exemplo é que, só no Brasil, foram realizadas mais de 20 [1] mil labioplastias em 2020. Esse e outros procedimentos, para além dos efeitos estéticos, também podem corrigir características que causam incômodo nas mulheres, prejudicando a vida sexual e até dificultando o uso de certas roupas.
Para esclarecer dúvidas frequentes sobre esse tipo de cirurgia, conversamos com alguns especialistas que explicaram detalhes das plásticas íntimas femininas mais comuns. Confira a seguir.
Labioplastia
A ginecologista Drª. Marina Magalhães explica que a labioplastia é a cirurgia de redução dos pequenos lábios vaginais. A especialista afirma que o procedimento é indicado para as mulheres com lábios aumentados, que se queixam de prejuízos estéticos ou funcionais. “Algumas pacientes têm lábios tão grandes que atrapalham para vestir determinadas roupas, para fazer atividade física e principalmente para ter relações sexuais”, detalha. “A cirurgia consegue melhorar muito a qualidade de vida dessa paciente, além da autoestima dela em relação à sua vulva”.
O procedimento, de acordo com o cirurgião plástico Dr. Rafael De Fina, consiste em uma incisão para retirada do excesso de pele nos pequenos lábios. O especialista pontua que essa cirurgia pode ser feita com diferentes técnicas, mas que prefere a que utiliza laser de CO2. “Com ela, fazemos uma cirurgia mais rápida, com menor sangramento, menor dano térmico e, consequentemente, melhor cicatrização”, explica.
Redução do monte de vênus
Cirurgias plásticas também podem ser indicadas para pacientes que têm um acúmulo de gordura subcutânea na região do monte de Vênus, como pontua Drª. Marina. Segundo ela, o problema acaba atrapalhando a vida da mulher ao afetar principalmente a autoestima. “As pacientes não querem colocar biquíni, por exemplo, porque fica marcado um volume. Isso acaba gerando um prejuízo estético”, diz ela.
Dr. Rafael, por sua vez, detalha que a remoção desse excesso de tecido é feita por meio de uma lipoaspiração no monte de Vênus, que é capaz de remover as células de gordura do local e, com isso, resolver o problema estético.
Clitoroplastia
A clitoroplastia, de acordo com a ginecologista Marina Magalhães, é uma modalidade cirúrgica relativamente nova, que ganhou bastante visibilidade principalmente por causa do uso indiscriminado de anabolizantes e implantes hormonais, já que as substâncias empregadas podem provocar, como efeito colateral, o aumento do clitóris. Segundo a especialista, a cirurgia é indicada para as pacientes que se queixam de incômodo estético ou funcional. “Por ser um um uma região com muita sensibilidade, o aumento pode atrapalhar no uso de algumas roupas e em algumas atividades”, afirma.
A médica destaca, ainda, que as pacientes que usam anabolizantes ou implantes hormonais com dosagens altas devem suspender essas práticas, de modo a eliminar o fator que ocasiona o aumento do clitóris. Na operação, de acordo com o cirurgião plástico Rafael de Fina, é realizada uma suspensão do clitóris, sem cortes no órgão, de maneira a preservar completamente a sensibilidade da região.
Perinoplastia
O uroginecologista Dr. Lucas Baptista explica que a perineoplastia, ou colpoperineoplastia, é uma cirurgia íntima realizada para corrigir a flacidez vaginal ou alguma possível alteração do períneo após algum trauma no parto. “Algumas mulheres relatam que sentem a musculatura vaginal enfraquecida ou que sofrem com os chamados flatos vaginais. Isso pode se tornar um problema para vida sexual delas, mas a perineoplastia torna possível a solução destes incômodos”, afirma.
O procedimento, como explica Dr. Lucas, é bastante simples, feito na clínica e com uso de anestesia. Normalmente, a paciente tem alta em poucas horas. A relação sexual é liberada após aproximadamente 30 dias, para se ter um bom resultado estético final.
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