Nesta segunda-feira (16), o corpo de um perito morto por militares da Marinha foi encontrado no Rio Gandu, no Rio de Janeiro. As buscas estão acontecendo desde o último sábado (14), quando Renato Couto de Mendonça era esperado para um plantão, mas não compareceu. Parentes o reconheceram ainda às margens do rio e se emocionaram.
O papiloscopiosta trabalhava no Instituto de Identificação Félix Pacheco, órgão vinculado à Polícia Civil do Rio de Janeiro, e foi morto na última sexta-feira (13) por três militares da Marinha, após uma discussão em um ferro-velho na Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, o trio usou um veículo oficial da Força para ocultar o corpo do perito. Um sargento se entregou no 1º Distrito Naval e confessou o crime.
Conforme informações do g1, equipes da Delegacia de Homicídios, da 18ª DP (Praça da Bandeira) e do Félix Pacheco rastrearam o celular de Renato e descobriram, então, que o perito teve uma briga com Lourival Ferreira de Lima, dono do ferro-velho, na Mangueira.
Segundo apontou a declaração de óbito, divulgada nesta segunda (16), a vítima foi jogada no Rio Gandu enquanto ainda estava viva, uma vez que a causa da morte de Renato Couto foi asfixia por afogamento. Ele também teve hemorragia, causada pelos tiros que levou no abdômen e na perna.
Como foi o crime
O papiloscopista fazia uma obra na Praça da Bandeira e, segundo as investigações, foi vítima de uma sequência de furtos, todos registrados em delegacia. Na sexta (13) de manhã, Renato acabou achando materiais dele no ferro-velho de Lourival e chegou a obter um acordo de ressarcimento pela receptação das peças levadas.
Ao retornar ao ferro-velho, à tarde, Renato foi vítima de uma emboscada armada por Lourival, que chamou o filho, Bruno Santos de Lima, sargento da Marinha, e dois colegas de farda: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares.
Os quatro tentaram colocar Renato à força numa van da Marinha. O perito resistiu e entrou em luta corporal, mas acabou baleado por Bruno. Disparos lhe acertaram a perna e a barriga. O grupo o pôs na van e o jogaram de uma ponte do Arco Metropolitano sobre o Rio Guandu.
Lourival, Bruno, Daris e Manoel foram presos.
O que diz a Marinha
A Marinha do Brasil (MB) informou que tomou conhecimento, na noite de sábado (14), sobre uma ocorrência, com vítima, envolvendo militares da ativa do Comando do 1º Distrito Naval, objeto de inquérito policial no âmbito da Justiça comum. “Os militares envolvidos foram presos em flagrante pela polícia e responderão pelos seus atos perante a Justiça”, disse.
“A MB lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares.”
“A MB reforça, ainda, que não tolera tal comportamento, que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e informa que abriu um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ocorrência”, emendou.
Fonte: Informações do g1.
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