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País chega a 2 milhões de casos oficiais, com ritmo acelerado e interiorização

O Brasil ultrapassou ontem a marca de 2 milhões de casos de covid-19, com a pandemia ainda em aceleração. São 2.014.738 contaminações registradas - 43.829 nas últimas 24 horas - e 1.299 mortes, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa for

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.07.2020, 07:00:00 Editado em 17.07.2020, 07:08:03
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O Brasil ultrapassou ontem a marca de 2 milhões de casos de covid-19, com a pandemia ainda em aceleração. São 2.014.738 contaminações registradas - 43.829 nas últimas 24 horas - e 1.299 mortes, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.081 óbitos pela doença.

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A doença chegou à marca de 500 mil casos registrados em 31 de maio, 95 dias após o primeiro relato, em 26 de fevereiro. O número de infectados dobrou depois em apenas 19 dias, quando o País chegou a 1 milhão de contaminados - 114 dias no total, até 19 de junho. Agora 27 dias foram suficientes para o número dobrar novamente e chegar a 2 milhões de casos. Isso sem contar que o Brasil é um país que testa pouco a população, ou seja, os números podem ser muito maiores que os oficiais.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, o aumento ocorre principalmente pela curva de crescimento exponencial da pandemia e pela interiorização: o novo coronavírus já está hoje em 95% dos municípios brasileiros (5.316), que respondem por 99% de toda a população, de acordo com levantamento do projeto de transparência de dados Brasil.Io.

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Só para se ter uma ideia, o Brasil é o segundo país com mais casos de covid-19 no mundo. Só perde para os Estados Unidos, que somam 3.556.403 contaminações confirmadas, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. O terceiro país mais afetado é a Índia, com 968.876 casos. Os três juntos são responsáveis por quase metade de todos os casos registrados no mundo. Outro dado alarmante é que dois terços de todos os 230 mil casos registrados na quarta-feira são dessas três nações e da África do Sul, que vê a pandemia acelerar.

Para Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), apesar de o Brasil ter mantido neste último mês uma taxa de crescimento de cerca de 1 mil mortes por dia, isso não significa que a pandemia esteja controlada.

"O número está mantido em um patamar alto, que deve ser ainda maior dada a subnotificação. Estacionamos em um pico, o que é grave. Enquanto não houver redução da velocidade de crescimento, bateremos novas marcas rapidamente."

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Especialista em geografia da saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Raul Borges Guimarães afirma que a covid-19 chegou praticamente a todos os cantos do País. "Ao longo da pandemia vimos um modelo de difusão hierárquica, ou seja, uma rota do coronavírus das cidades maiores para as menores. Nesse último mês esse processo se completou chegando a todas as regiões e a todos os tipos de cidade, incluindo municípios tipicamente rurais de menos de 15 mil habitantes."

Com a interiorização da doença, médicos chamam a atenção para possíveis impactos no sistema de saúde. "Cidades no interior costumam ter piores estruturas de hospitais, que podem não dar o suporte adequado à internação", diz Chebabo. Jean Gorinchteyn, infectologista do Emílio Ribas e do Albert Einstein, também pontua que esse movimento pode sobrecarregar as UTIs de capitais.

O avanço do novo coronavírus pelos Estados também mudou no último mês: principalmente as Regiões Sul e Centro-oeste passaram a registrar um crescimento acelerado. "Temos várias epidemias dentro de um único País", diz Gorinchteyn. "Por causa dessas flutuações diferentes, vamos demorar mais para atingir um platô."

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Reabertura. Para os especialistas, a reabertura em diversas cidades também é um ponto de atenção neste momento. Deveria ser repensada nos municípios onde a doença cresce e onde não há capacidade de UTIs. "Corremos o risco de ter uma segunda onda ", afirma Gorinchteyn. "Nessas próximas semanas esses processos precisarão ser milimetricamente monitorados. Também teremos de aprender a recuar, quando preciso, a despeito de interesses econômicos."

Enquanto o Brasil atinge dois milhões de casos, o Ministério da Saúde completa mais de dois meses sem ministro. Em nota ao Estadão, a pasta afirmou que mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população desde o início da pandemia, e já enviou R$ 9,9 bilhões a Estados e municípios voltados exclusivamente para combate ao coronavírus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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