Uma condição hereditária rara fez com que o corretor de imóveis Régis Feitosa Mota tivesse uma perda irreparável: ver os três filhos partirem por conta do câncer. Quando tinha 46 anos, Mota descobriu que tinha a síndrome de Li-Fraumeni, doença que deixa a pessoa mais suscetível ao aparecimento da doença.
"Foi uma coisa muito em cima uma da outra que não deu nem tempo para ter luto porque era terminando o tratamento de um filho e começando o do outro, e falecendo outro, e assim num período de quatro anos perdi os três filhos. É impossível administrar tanta dor, tanta sofrimento e ter luto ao mesmo tempo", disse Regis, em uma entrevista ao G1.
O portador dessa síndrome tem a produção da proteína TP53, responsável por impedir o crescimento de tumores, insuficiente. Por conta disso, essa condição hereditária oferece vulnerabilidade a diversos tipos de cânceres durante a vida. A probabilidade é de 90% de chances de os portadores terem o câncer até os 70 anos.
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Já a probabilidade de repassar o gene deficiente para os filhos é de 50%. No caso da família de Regis, os três tiveram que conviver com a doença.
"Isso nos uniu bastante. Eles tinham muita força, muita aceitação apesar da doença e da gravidade todos sabiam, mesmo a mais nova. Sempre procurávamos manter a alegria, a harmonia. Os meninos deixaram um legado muito grande de ensinamento", diz Régis.
De acordo com o corretor, a filha caçula, chamada de Beatriz, faleceu em 2018, com 10 anos. Ela foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda. Já Pedro, de 22 anos, teve cinco episódios de câncer e morreu em 2020 com um tumor no cérebro.
A filha mais velha de Régis, Anna Carolina, de 25 anos, descobriu que também tinha um tumor no cérebro. Ela foi diagnosticada com a doença em 2021 e, mesmo realizando tratamento, não resistiu e morreu em novembro deste ano.
Régis enfrenta a quimioterapia todos os dias, e a sua motivação para luta é a memória dolorida da perda dos filhos. Nas redes sociais, ele tem mais de 200 mil seguidores e os motiva com mensagens a respeito de transformar a dor em amor.
"Esse tem sido o objetivo principal. Transformar vidas, impactar vidas. Se essa dor toda, todo esse sofrimento, essas perdas não podem ficar em vão. A meu ver, hoje elas têm uma missão maior que é impactar vidas", conclui.
As informações são do G1.
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