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Operação Verão é encerrada após 56 mortes, 1.025 prisões e 2,6 toneladas de drogas apreendidas

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 1º, o encerramento da Operação Verão realizada na Baixada Santista. Durante os 105 dias em que policiais do interior e da capital foram deslocados para trabalhar na região,

Fabio Grellet (via Agência Estado)

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Escrito por Fabio Grellet (via Agência Estado)
Publicado em 01.04.2024, 21:55:00 Editado em 02.04.2024, 05:47:29
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 1º, o encerramento da Operação Verão realizada na Baixada Santista. Durante os 105 dias em que policiais do interior e da capital foram deslocados para trabalhar na região, a polícia apreendeu 1.025 adultos e apreendeu 47 menores de 18 anos, 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais, segundo a pasta. Neste período, houve 56 mortes pela polícia (uma a cada dois dias).

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A ação foi criticada pela alta letalidade policial, o que já havia ocorrido em 2023 na Operação Escudo, e por acusações de excesso pelos PMs - famílias dizem haver inocentes entre os mortos. O governo nega irregularidades e diz investigar os casos. O Estado também atribuiu a necessidade do policiamento ostensivo ao avanço do crime organizado na região.

Conforme a SSP, os roubos em Santos, São Vicente e Guarujá diminuíram 25,8% no primeiro bimestre deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2023. Em toda a Baixada Santista, fevereiro de 2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001.

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O encerramento da Operação, ainda segundo o Estado, se deve ao aumento do efetivo permanente nas principais cidades da Baixada Santista. Desde o fim de fevereiro, 341 PMs, entre soldados, cabos e sargentos, passaram a atuar na região. Também está previsto o aumento de policiais civis - a formação de novos agentes deve ser concluída ao longo deste ano.

Até fevereiro, quase 30 denúncias haviam sido encaminhadas pela Ouvidoria das Polícias ao governo. Em 8 de março, duas entidades da sociedade civil - a ONG Conectas e a Comissão Arns - denunciaram o que classificaram como "operações letais e escalada da violência policial na Baixada Santista, em São Paulo, promovida pelo governador" no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suíça).

Ao se referir à denúncia, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ironizou: "Nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. O pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí", disse.

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Nesta segunda-feira, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, elogiou a operação: "A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante", afirmou.

Segundo ele, a região é uma das mais desafiadoras do Estado para o combate ao tráfico de drogas em razão da proximidade do Porto de Santos, usado para o escoamento de drogas para a Europa e a África. Como vem mostrando oEstadão, a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) avança na região, inclusive com o uso de mergulhadores para levar drogas para navios no Porto de Santos.

A SSP considera que alguns alvos importantes foram presos durante a Operação Verão, como Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa e suspeita de comandar a lavagem de dinheiro do PCC em Santos, Cubatão e Guarujá.

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Ela foi presa em 8 de fevereiro. Os policiais também prenderam Caio Vinicius, apelidado de "Nego Boy", acusado de liderar o tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos.

Questionada novamente pela reportagem sobre a apuração de denúncias sobre abusos policiais durante a Operação Verão, a SSP não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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