Equipes das Forças Armadas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal (PF) realizaram na terça-feira, 9, a primeira investida contra a atividade de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, nos Estados do Amazonas e de Roraima, desde o início da operação Catrimani II, em abril.
Segundo o Ministério da Defesa, um homem foi preso pelos agentes e um helicóptero foi destruído como resultado da ação.
Ainda de acordo com o governo, os agentes desarticularam cinco acampamentos usados pelos suspeitos e apreenderam uma série de equipamentos usados para a atividade, como motores, geradores, bombas d'água, freezers e aparelho de comunicação e conexão de internet via satélite.
Nos últimos dois dias, as ações acontecerem em três locais da Terra Yanomami com foco em desarticular "pontos centrais de garimpo ilegal", informou a pasta.
A atuação do Ministério da Defesa na terça-feira contou com cerca de 130 militares e com a utilização de 20 veículos, entre viaturas, aeronaves e embarcações.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os indígenas do povo Yanomami de nove aldeias em Roraima estão contaminados com mercúrio.
Os pesquisadores identificaram a presença do metal pesado em amostras de cabelo de aproximadamente 300 pessoas analisadas, incluindo crianças e idosos.
Os maiores níveis de exposição foram detectados em indígenas que vivem nas aldeias localizadas mais próximas aos garimpos ilegais de ouro.
Uma medida provisória (MP) editada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva , em março deste ano liberou R$ 1 bilhão em crédito extraordinário para as ações contra o garimpo ilegal e atendimento das comunidades.
A Catrimani II tem previsão para seguir até o dia 31 de dezembro e o plano é mobilizar 800 militares na missão.
"Esse tipo de ação continuará ocorrendo em cooperação com a Casa de Governo, para a desintrusão do garimpo ilegal no território indígena Yanomami e apoio à emergência de saúde pública de interesse nacional, enquanto for necessário", afirmou o Chefe do Estado-Maior da operação Catrimani II, Contra-Almirante Luis Manuel de Campos Mello, em nota divulgada pelo Ministério da Defesa.
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