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Operação da PF mira em tráfico de cocaína para a Europa em cargas de granito

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, 14, integrantes de uma organização criminosa que tentava usar os portos do Espírito Santo para enviar cocaína para a Europa. O esquema era operado por um traficante conhecido como o "Escobar brasileiro", e

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 14.02.2023, 12:02:00 Editado em 14.02.2023, 12:07:46
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A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, 14, integrantes de uma organização criminosa que tentava usar os portos do Espírito Santo para enviar cocaína para a Europa. O esquema era operado por um traficante conhecido como o "Escobar brasileiro", em referência ao famoso traficante colombiano Pablo Escobar, morto em 1993. Quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos nos Estados do Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Pernambuco. Um quinto mandado foi expedido contra um membro da quadrilha na Hungria.

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Na Operação Chapa Branca, a PF cumpriu também 14 mandados de busca e apreensão em endereços de cinco Estados, sendo sete no Paraná, três em São Paulo, dois em Santa Catarina e os outros dois em Pernambuco e Espírito Santo. Além de armas, munições e documentos, foram apreendidos vários automóveis e motos de alto valor.

Conforme a PF, a investigação começou em outubro de 2021, quando a Polícia Civil do Espírito Santo apreendeu 350 quilos de cocaína que eram descarregados de um caminhão e estavam sendo escondidos em uma carga de chapas de granito branco - daí o nome da operação - que seria exportada para a Europa.

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Naquela ocasião, foram presos em flagrante um empresário e um ex-policial. O motorista do caminhão conseguiu fugir, mas foi capturado em São Paulo. Como se tratava de tráfico internacional, a investigação passou a ser feita pela PF.

A apuração apontou que a droga foi adquirida na Bolívia e seguiria para o porto de Le Havre, na França, de onde seria distribuída para outros países europeus. Em parceria com a Receita Federal brasileira, a PF mobilizou agências policiais dos Estados Unidos e da Europa para identificar os envolvidos na rede de tráfico que utilizava a estrutura portuária do Espírito Santo.

Em território nacional, a rota estava sob o controle do chamado "Escobar brasileiro", considerado então um dos maiores narcotraficantes do mundo. Preso em 2022 na Hungria pela PF do Brasil em parceria com a polícia de Portugal, ele é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, especialmente os de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).

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Com o aumento da repressão ao tráfico nesses portos, segundo a PF, ele tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para os embarques.

A Polícia Federal disse que, com as medidas cumpridas nesta terça, todos os envolvidos no envio da cocaína apreendida em Cachoeiro de Itapemirim (ES) foram identificados e agora ficarão à disposição da Justiça Federal.

Os investigados poderão responder pela prática do crime de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de capitais. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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Prisão na Hungria

O homem que a Polícia Federal considera o "Escobar brasileiro" é o ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso Sérgio Roberto de Carvalho. Só no ano passado a quadrilha organizada por ele teria enviado 16 toneladas de cocaína para a Europa.

No fim de junho de 2022, Carvalho foi preso em um restaurante, na Hungria. Ele estava com um passaporte mexicano falso e tentou se passar por outra pessoa, mas seus dados e fotos já estavam na Interpol, a polícia internacional. A prisão do chefe ajudou a PF a fechar o cerco à quadrilha e ao esquema de remessas de cocaína do Brasil para a Europa.

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