O financiamento público internacional para a adaptação às mudanças climáticas em países em desenvolvimento caiu 15% em 2021, quando somaram US$ 21 bilhões, na comparação com 2020, afirma a Organização das Nações Unidas (ONU), em relatório publicado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
O déficit entre o fluxo de financiamento e os custos estimados para a adaptação, no entanto, cresceu nos últimos anos. Em relação ao último relatório publicado pelo Pnuma, em 2016, houve um aumento de 50%. Os dados atuais sugerem que há uma necessidade aproximadamente de 10 a 18 vezes maior do que o fluxo de financiamento. "Uma lacuna cada vez maior indica um aprofundamento da crise climática e significará um aumento de perdas e danos", frisa a ONU.
A estimativa não considera o efeito de financiamento interno dos países, incluindo os compromissos com Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) e dos fluxos originários no setor privado.
Os custos para adaptação estão situados em um intervalo central entre US$ 215 bilhões e US$ 387 bilhões por ano, nesta década, calcula. No relatório publicado pelo Pnuma em 2016, a estimativa era menor, entre US$ 170 bilhões e US$ 340 bilhões por ano, a preços correntes. "A previsão é que esses custos devem aumentar nas próximas décadas, até 2050", alerta.
Como resultado do processo lento de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, as perdas e danos relacionados ao clima estão aumentando, acrescenta. "Um estudo recente estimou que os danos somente nas 55 economias mais vulneráveis ao clima ultrapassaram os US$ 500 bilhões nas últimas duas décadas. Estes custos vão aumentar de forma acentuada nas próximas décadas, especialmente na ausência de uma forte mitigação e adaptação."
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