Nesta sexta-feira (22), a Organização das Nações Unidas (ONU) acusou formalmente o exército russo de "execuções sumárias" e "assassinatos ilegais", o que é considerado crime de guerra.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou que a ONU “documentou” esses supostos crimes. “As Forças Armadas russas bombardearam de maneira indiscriminada zonas residenciais, mataram civis e destruíram hospitais, escolas e outras infraestruturas civis, em ações que poderiam constituir crimes de guerra”, explicou em Genebra, na Suíça.
Ela completou: “Durante uma missão em Bucha, em 9 de abril, os investigadores de direitos humanos da ONU documentaram os assassinatos, alguns deles execuções sumárias, de 50 civis na cidade.”
Autoridades ucranianas acusam a Rússia de realizar um massacre de civis na cidade de Bucha. O prefeito local, Anatoliy Fedoruk, estima que atualmente a população está em 3,4 mil habitantes, número 88% menor que os 30 mil registrados em 2021.
O mundo se assombrou com vídeos divulgados no começo de abril. Nas gravações, é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha. As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns. O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na cidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, homenageou, com título honorário por “heroísmo”, a brigada de fuzileiros motorizados que combateram em Bucha. Na segunda-feira (18), Putin assinou o decreto no qual concede o “título honorário de Guarda” a esta brigada pelo “heroísmo e tenacidade, determinação e coragem” dos seus homens.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Putin, que havia prometido trégua a Kiev, voltou a bombardear a capital.
Fonte: Metrópoles.
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