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OIT alerta para impactos da pandemia no mercado de trabalho

OIT alerta para impactos da pandemia no mercado de trabalho

Da Redação

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OIT alerta para impactos da pandemia no mercado de trabalho
Icone Camera Foto por Tomaz Silva
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.07.2020, 17:06:12 Editado em 01.07.2020, 17:05:39
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Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançado hoje (1º) apontou que a pandemia do novo coronavírus está promovendo um impacto forte sobre o mercado de trabalho na América Latina e Caribe, com ampliação sem precedentes do desemprego e queda histórica da ocupação.

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Partindo da projeção do banco mundial de uma redução da atividade econômica da região de 7,2% neste ano, a taxa de desemprego deve subir de 8% para 12,3%, um aumento na casa de 33% no índice registrado no ano passado. O máximo de majoração da desocupação na região havia sido registrado no fim dos anos 1990 em função da crise asiática, mas atingindo 9,2%, bem abaixo do patamar estimado para este ano.

Se tomada a projeção do Fundo Monetário Internacional de queda do PIB da região, a taxa de desemprego pode chegar a 13% em 2020. Entre os países da região, o Chile informou desemprego de 11,2% no trimestre de março a maio. A região metropolitana de Lima, capital peruana, chegou a 13,1% em março deste ano.

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Já a taxa de ocupação, que estava em 57,7% no ano passado, pode cair para 54,7% este ano, a depender do resultado da atividade econômica diante das consequências da pandemia.

Já os empregos informais estão caindo com uma intensidade ainda maior do que os formais, conforme o estudo. Isso porque estes possuem menos garantia pela ausência de vínculo e sofrem mais diretamente com a instituição das medidas de distanciamento social.

No México, os postos formais caíram 2 milhões em março e os informais, 10,4 milhões. No Chile, essa redução foi de 16% para os sem carteira assinada e de 4,6% para os com este vínculo. Em muitos casos, parte deste contingente não conta para as taxas de desemprego porque abandonam a força de trabalho e deixam de buscar uma ocupação.

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Horas

A América Latina e Caribe foi a região como maior contração da quantidade de horas trabalhadas: 20%. O resultado é equivalente a 55 milhões de postos de trabalho. A queda abarca não somente funcionário que perderam seus empregos mas também aqueles que apesar da manutenção da ocupação tiveram redução de jornada.

Setores

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Esses impactos são distintos a depender dos setores. A organização fixou uma classificação dos segmentos por riscos. Na ponta dos com maior potencial de perda estão atividades relacionadas à alojamento, alimentação, comércio em geral e serviços administrativos e de apoio, bem como indústrias manufatureiras.

Classificadas como de risco médio estão os negócios de comunicações, transporte, construção e instituições financeiras. Já na outra ponta, com menos potencial de precarização, estão as áreas como administração pública, serviços de água e luz, educação e saúde, que mantiveram seus níveis de atividade.

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“Entretanto, mesmo quando continuam trabalhando, os que desempenham atividades de atenção à saúde e assistência social estão enfrentando não somente demandas por jornadas de trabalho mais extensas como também enfrentam importantes riscos de contrair a covid-19 em seus locais de trabalho”, alertam os autores.

Reações

Diante do cenário, a OIT defendeu a adoção de medidas urgentes de compensação não somente para mitigar a queda dos ingressos como para assegurar o custeio de bens e serviços específicos e mitigar os impactos de médio prazo na desagregação da demanda interna. Estados com alto grau de informalidade em sua composição da massa de trabalhadores experimentaram maiores dificuldades.

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“Apesar de todas essas restrições, os países da América Latina e Caribe adotaram rapidamente um conjunto amplo de políticas para sustentar as empresas, os postos de trabalho e os salários dos trabalhadores e das famílias, especialmente aquelas da economia informal”, dizem os autores.

No Chile e em El Salvador, houve a suspensão ou adiamento de taxas ou tributos cobrados de empresas. A Argentina criou um fundo para auxiliar o apoio a pequenas e médias empresas. O Uruguai estendeu o seguro-desemprego a outras categorias e situações.

Diversos países implantaram programas de transferência de renda para trabalhadores, como o Brasil com o auxílio emergencial, a Argentina com “a remuneração familiar extraordinária”, a Costa Rica com o “bônus proteger” e o Equador com o “bônus de proteção familiar”.

Recuperação

Na avaliação dos autores do levantamento, esses impactos evidenciam a complexidade do desafio que os governos da região enfrentam para mitigar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e para retomar não somente os níveis de atividade econômica como os postos e índices de remuneração da força de trabalho.

“A experiência mostra que a recuperação dos níveis históricos [de ocupação] leva tempo. Por exemplo, o ajuste estrutural e reconfiguração econômica da década dos 1990 implicaram em 23 anos para recuperar os valores mínimos de desemprego do início desta década”.

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