Dois dos três adolescentes esfaqueados na porta de uma escola particular em Poços de Caldas, em Minas Gerais, por um ex-aluno de 14 anos, continuam internados em estado grave, segundo boletim médico divulgado no início da tarde desta quarta-feira, 11, pela Santa Casa da cidade, onde eles estão internados.
São um menino de 13 anos e uma menina de 14, que, segundo a unidade de saúde, estão entubados com ventilação mecânica. Ambos estudam na escola Dom Bosco e foram atacados em frente a ela na terça-feira, 10.
A terceira vítima que sobreviveu é uma adolescente de 17 anos que trabalha como monitora de uma van que transporta alunos dessa escola e foi atingida por uma facada quando tentava proteger estudantes que poderiam ser alvos do esfaqueador. Ela também está internada na Santa Casa. Segundo a unidade de saúde, a adolescente está "estabilizada" e não corre risco de morte em razão do ferimento. As informações prestadas pela Santa Casa foram divulgadas pela Polícia Militar.
O estudante que morreu esfaqueado - Leonardo Willian Silva, de 14 anos, outro aluno da escola - foi enterrado às 17h desta quarta-feira no Cemitério Parque, em Poços de Caldas. Ao ser atingido, ele chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.
O autor das facadas, um adolescente de 14 anos ex-aluno dessa escola, foi apreendido pela Polícia Militar. A Polícia Civil investiga o caso. O motivo do ataque ainda não foi esclarecido, mas os investigadores acreditam que foi um ato isolado, sem a participação de outras pessoas.
Logo após o episódio, a Escola Dom Bosco anunciou o cancelamento das aulas. Nesta quarta, pelas redes sociais, a instituição de ensino veiculou nota de pesar lamentando a morte do aluno e informou ter decretado luto oficial por três dias em função do ataque.
Em nota, o governo de Minas Gerais lamentou o ocorrido e se solidarizou com as famílias dos jovens atingidos. O Estado também se comprometeu a aprimorar as ações para garantir a segurança dos alunos.
"A segurança nas escolas têm sido uma preocupação constante da atual gestão do governo de Minas. Está em contínuo reforço, por exemplo, a Patrulha Escolar, responsável pela identificação de pontos sensíveis de segurança e a consequente realização de rondas preventivas no entorno das escolas, assim como outras operações", diz o texto.
NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar detalhes sobre o autor do ataque. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes.
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