Apesar de ser considerado "comum" por muitos, engasgos em pessoas idosas devem ser vistos como um aviso do corpo de que algo não está correto. Qualquer episódio de engasgo é potencialmente perigoso e pode evoluir rapidamente para obstrução das vias aéreas, levando a pneumonias ou outras complicações. Perda de consciência, com risco de morte, também é uma possibilidade.
Com o processo de envelhecimento, a pessoa fica propensa a perder massa muscular e, consequentemente, perde força na musculatura responsável pela deglutição. Saber o que fazer e o que não fazer em um caso de engasgamento é essencial para salvar uma vida. Mas antes de falar diretamente sobre como desengasgar um idoso, é importante listar os problemas mais comuns na deglutição e os riscos associados.
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Confira abaixo quatro problemas:
- Disfagia: É a dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou saliva em qualquer etapa do trajeto da boca ao estômago;
- Desidratação: É a circunstância que resulta quando o corpo perde mais água do que absorve. A desidratação diminui a salivação e aumenta a possibilidade de disfagia;
- Subnutrição: É a circunstância que resulta quando o corpo ingere menos nutrientes do que necessita. A subnutrição gera diversos problemas, incluindo o aumento do risco de disfagia;
- Broncoaspiração: Condição em que alimentos, líquidos, saliva ou vômito são aspirados pelas vias aéreas, o que é causa comum de pneumonia em idosos.
Idoso engasgado
Na maioria das vezes, engasgos em idosos possuem ligação com a alimentação. Uma exceção pode ser pacientes que fazem tratamentos que diminuem a mobilidade na região oral, por exemplo, com aplicação de toxina botulínica para minimizar tremores. Nesses casos, há risco aumentado de engasgar-se com a própria saliva.
Idosos que ainda conservem certo grau de independência devem ser incentivados a realizar sua própria alimentação. Comer utilizando talheres, beber líquidos sozinhos e outras atividades devem ser estimuladas para que eles conservem a autonomia e não percam a habilidade que ainda possuem. No entanto, uma dieta intermediária (pastosa, semipastosa ou semilíquida) pode ser uma melhor alternativa para evitar engasgos em relação à sólida ou puramente líquida.
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O uso de espessantes em líquidos são também uma boa solução para aumentar a ingestão de água e diminuir os riscos da desidratação e uma possibilidade de disfagia. A alternativa, porém, exige atenção do cuidador durante a administração.
O que fazer quando um idoso engasga?
Há várias ações que podem salvar a vida de um idoso engasgado. Uma delas é deixar a pessoa tossir com força, que é o melhor recurso para a eliminação do corpo estranho. A presença de tosse, choro ou fala é um sinal de que não houve asfixia.
Nos casos de asfixia, pedaços maiores de alimentos, até mesmo as próteses, podem se alojar na garganta, impedindo a passagem de ar. Deve-se tentar retirar, com o dedo, próteses ou pedaços de alimentos que estejam na cavidade oral. Em casos mais graves (asfixia), o cuidador deverá proceder a manobras específicas.
Manobra para desengasgar um idoso
Caso aconteça a obstrução das vias aéreas superiores do idoso por um elemento sólido, a manobra de Heimlich pode ser utilizada para o desengasgo. Confira o passo a passo:
- Prenda o abdômen da pessoa engasgada com as duas mãos, sendo que a mão que fica em contato com o abdômen deve estar fechada em forma de murro, com o polegar voltado para o abdômen da pessoa;
- Faça pressão e dê apertões rápidos e vigorosos com as mãos no sentido do diafragma (de baixo para cima), várias vezes se for necessário;
- Repita os movimentos até que a pessoa consiga expelir o objetivo que está obstruindo a passagem de ar.
Mas, atenção! Peça socorro médico enquanto realiza a manobra, pois a pessoa poderá perder a consciência.
Como evitar o engasgo em idosos?
Prevenir o engasgo em idosos deve ser um trabalho conjunto entre cuidadores, familiares e profissionais de saúde. A conscientização e educação dos idosos também é de grande valia.
Incentivar a mastigação lenta e cuidadosa, além de evitar a ingestão rápida de alimentos, pode reduzir significativamente o risco de engasgos. A adaptação da consistência dos alimentos, como optar por texturas mais macias e fáceis de engolir, é outra medida preventiva essencial.
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