Um rapaz de 21 anos morreu recentemente ao ser atingido por uma descarga elétrica durante uma partida de futebol em Santo Antônio da Platina (PR). A morte é uma consequência extrema causada pelo fenômeno, mas, fora isso, o que pode ocorrer com o corpo humano quando atingido por um raio?
O médico cardiologista Marcus Roberto Andreucci conversou com a equipe de reportagem do G1 e explicou que é muito difícil sobreviver a esse fato. Contudo, quando isso acontece, é possível que a vítima sofra sequelas.
Andreucci afirma que o corpo se torna um fio condutor energizado, quando atingido por uma descarga, e descarrega no solo, tornando quase nula a possibilidade de a pessoa atingida sobreviver. "O que estiver em contato com o solo, vai ser a região de saída do raio. Vamos imaginar que a recepção seja pela mão, e eu tenho contato com o solo, esse raio vai percorrer o corpo inteiro", explicou.
Dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que, a cada 50 óbitos por incidência de raio no mundo, um acontece no Brasil. Há pessoas que são atingidas pelo fenômeno e sobrevivem, mas existe uma explicação para isso.
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O cardiologista afirma que quando alguém sai com vida é porque foi atingida indiretamente, por correntes que vêm pelo solo. "Se eu tiver uma carga muito mais intensa, e que passe, por exemplo, pela cabeça, passe pelo tórax, pelo abdome, eu também passo a ter lesões viscerais ou, às vezes, até cerebrais. Então, em uma descarga elétrica de um raio, que é de altíssima voltagem, pode ter um paciente que, recebendo esse choque, se ele tiver a sorte de comprometer somente extremidades, talvez ele faça queimaduras graves, mas não tenha danos corporais."
"O grande problema é que a grande maioria dos raios acaba comprometendo o corpo inteiro, com grande possibilidade de a pessoa ter morte súbita", explicou o médico.
Após receber a descarga elétrica, o ser humano pode ter problemas neurológicos, arritmia cardíaca, danos ao miocárdio e edema pulmonar no sistema circulatório.
Se os neurotransmissores foram comprometidos, por exemplo, a vítima atingida terá perda de memória por algumas horas ou anos, podendo ocorrer desmaios.
Os danos cerebrais podem resultar até em amnésia a curto prazo. "Se ocorre uma descarga elétrica com um dano cerebral, provavelmente essa pessoa tenha menor probabilidade de recuperação. O dano cardíaco ele costuma ser elétrico. Existem casos em que a eletricidade passa pelo coração sem alterar o ritmo elétrico, mas como é uma alta carga pode ser que ocorra um dano elétrico e o coração pare de bater", explicou.
Marcus destaca que pode haver queimaduras graves de até terceiro grau ou ainda a vítima ficar com as chamadas Marcas de Lichtenberg, causadas pela queima de vasos sanguíneos e que geram riscos pelo corpo.
As informações são do G1.
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