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Vários países já estão voltando as atenções à tendência das criptomoedas. Surgindo como alternativas às moedas fiduciárias e formas descentralizadas de realização de trocas, elas agora já estão nos planos de governos ao redor do mundo.
A China, por exemplo, já anunciou suas intenções em relação às criptomoedas, especialmente em relação ao Bitcoin, e o Reino Unido também declarou que tem interesse em criar uma nova moeda digital (ou uma versão digital da libra).
Agora, o Brasil também entra na lista de países com governos que querem desenvolver suas moedas digitais. Parece uma tendência irreversível, e os brasileiros não querem ficar de fora.
As criptomoedas e o Brasil
Na semana passada, o atual presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, declarou não só as intenções em relação à emissão de uma moeda digital brasileira, mas disse que o projeto já está avançado e que em breve haverá divulgação de atualizações sobre o projeto.
Com a desvalorização do real frente ao dólar (uma das piores desvalorizações entre todas as moedas do mundo), uma crise financeira e econômica imensa e inúmeros desafios pela frente, a adoção de moedas digitais pode ser uma das formas não só de acompanhar tendências mundiais, mas também de minimizar os efeitos da recessão provocada pela pandemia de Covid-19.
As moedas digitais serviram para minimizar estes impactos e, com a adoção por parte de grandes potências, desenvolver moedas digitais próprias será um marco de divisão de dinamismo econômico.
Tendências dos pagamentos virtuais e moedas digitais
Os usos de métodos eletrônicos/digitais para pagamentos só aumentaram nos anos recentes. Compras com cartão de crédito, por exemplo, são cada vez mais comuns, e os aplicativos bancários com serviços digitais ganham cada vez mais relevância.
As formas convencionais (uso de moeda física, por exemplo) perdem cada vez mais espaço. Ficar na fila de uma casa lotérica para pagar uma conta de luz, por exemplo, é cada vez mais desnecessário diante da praticidade dos serviços de internet banking.
Moedas digitais (ou criptomoedas) oferecem oportunidade de ter moedas com funcionamento independente de governos, o que pode significar maior poder de compra e troca em relação a moedas desvalorizadas, como é o caso, atualmente, do real no Brasil.
É praticamente impossível dizer que as moedas fiduciárias convencionais deixarão de existir. Mas a circulação de dinheiro eletrônico, já superando a circulação de moedas físicas, mostra que a “digitalização” do dinheiro é um processo irreversível.
E as moedas digitais fazem parte de um percurso “natural” do desenvolvimento destas formas virtuais de trocas e de dinheiro.
Desafios e cenários possíveis no Brasil
Mesmo com o aumento excepcional dos métodos eletrônicos de pagamento, a difusão de dispositivos móveis e do acesso à internet, o real ainda é uma moeda que continua essencialmente “física”.
O Banco Central criou, em agosto do ano passado, um grupo para analisar os potenciais benefícios e efeitos (sociais e econômicos) de criar uma forma digital do real.
Entre outras coisas, o objetivo é analisar os riscos envolvendo segurança cibernética, proteção de dados e informações, leis de regulamentação e análise sobre como a moeda digital pode afetar o sistema financeiro do país e, em cima disso tudo, quais as melhores formas de criar políticas econômicas adequadas.
Os maiores desafios das moedas digitais, atualmente, se relacionam às questões de segurança digital (ou segurança cibernética).
Como qualquer outra coisa no mundo virtual, elas não estão totalmente seguras contra-ataques e é fundamental torná-las seguras e confiáveis, protegidas contra-ataques virtuais e outras forças de fragilidade.
Outro desafio é a própria desvalorização do real em sua forma atual e como isto pode impactar a moeda digital. Ela agregará valor ou será uma extensão de uma moeda desvalorizada? Trará mais competitividade global ao real ou não será capaz de colaborar para a melhoria da moeda em si?
A importância da segurança cibernética
A vontade de criar uma versão digital do real mostra a atenção de grupos, no Brasil, em relação às principais tendências globais e à realidade das criptomoedas. É algo importante e um sinal positivo.
Mas há vários desafios, como mencionamos acima. E a segurança cibernética é o principal deles. O Brasil é um dos países com menos segurança digital no mundo, o que significa um alto grau de exposição das informações e dados, não só pessoais, mas também do governo, a invasão aos servidores do STJ é um dentre vários episódios que expõem a fragilidade do setor no Brasil.
É preciso investir em infraestrutura e resolver os problemas de segurança (e de falta de estabilidade nas redes) que hoje afetam o país, sob o risco de que, ao invés de gerar credibilidade e comodidade, a nova moeda digital represente uma nova vulnerabilidade.
E, para os usuários, é importante adotar comportamentos de segurança que evitam estas vulnerabilidades e riscos: manter um bom antivírus e um firewall sempre ativos, ter total atenção em relação aos links e anexos recebidos, manter os sistemas e os programas atualizados e ter cuidado ao baixar aplicativos e programas.
Além disso, usar ferramentas como uma VPN (verifique aqui o que é VPN) melhoram a qualidade e a integridade da sua conexão, tornando o uso de criptomoedas mais seguro e confiável.
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