O Ministério da Educação (MEC) vai começar no dia 8 de maio a ouvir 100 mil estudantes e professores sobre o novo ensino médio com uma pesquisa feita por meio do WhatsApp. As pessoas selecionadas para a pesquisa por um instituto receberão um QR code pelo aplicativo de mensagens para participar. A população em geral também vai poder dar sua opinião sobre a reforma a partir do dia 24 de abril na plataforma Participa Brasil, pela internet.
"Queremos evitar a polarização e um discurso plebiscitário. O que queremos é uma participação de qualidade, com proposições, situações reais que nos direcione para medidas com relação a implantação, alguma alteração no desenho do currículo", disse a secretária executiva do MEC, Izolda Cela, que esteve nesta terça-feira, 18, no evento Educação Já do Todos Pela Educação, em Brasília.
Ela ouviu professores da plateia falar das dificuldades com o novo ensino médio. O MEC abriu uma consulta pública no mês passado e vinha sendo cobrado por medidas rápidas. Há duas semanas uma portaria sobre o cronograma da reforma foi suspensa pela pasta, o que fez com que o Enem de 2024 não mais seja adaptado ao novo currículo.
"O MEC vinha sendo cobrado para tomar uma atitude, mas a gente queria um governo mais democrático e precisamos ouvir as pessoas", disse a secretaria da Educação Básica do MEC, Katia Schweickardt. Além das pesquisas, será divulgado no fim do mês um calendário com reuniões sobre o novo ensino médio com entidades representativas de estudantes, professores e especialistas, online e presenciais.
Segundo Izolda, a pesquisa pelo WhatsApp deverá ser finalizada apenas em julho, portanto após o período de 90 dias estipulado para a consulta pública sobre o assunto no MEC. "Não vejo problema em prorrogar, desde que as coisas já estejam acontecendo", afirmou.
"Pelo amor de Deus não levem esse assunto para o Supremo, isso tem que ser decidido por educadores", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, presente no evento. Segundo ele, o novo ensino médio "parece um avanço". E "pior que um modelo ideal é um modelo que nunca se consolida". Para Barroso, as políticas educacionais precisam ter continuidade.
"A reforma do ensino médio é inteligente, ela mantém as disciplinas mais básicas e também procura se abrir a outras", disse o vice-presidente Geraldo Alckmin.
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