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Nova vacina contra 9 subtipos do vírus do HPV começa a ser vendida na rede privada

Uma nova vacina contra a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) chegou ao Brasil recentemente e está disponível para aplicação na rede privada a partir deste mês. Chamado de Gardasil 9, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica MSD oferece proteção co

Isabel Gomes (via Agência Estado)

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Escrito por Isabel Gomes (via Agência Estado)
Publicado em 07.04.2023, 13:25:00 Editado em 07.04.2023, 13:32:03
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Uma nova vacina contra a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) chegou ao Brasil recentemente e está disponível para aplicação na rede privada a partir deste mês. Chamado de Gardasil 9, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica MSD oferece proteção contra nove subtipos do vírus - cinco a mais que a vacina aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS).

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A nova vacina inclui os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, além dos subtipos 6, 11, 16, 18 que existiam na versão anterior. A infecção pelo HPV está entre as infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns no Brasil e no mundo.

Dados do Ministério da Saúde estimam que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano.

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O vírus é responsável por provocar verrugas genitais, além de ser o principal fator associado aos cânceres de útero, da vulva, da vagina e do ânus.

De acordo com a farmacêutica, estudos indicam que esses cinco novos subtipos são responsáveis por um acréscimo de 20% dos casos de câncer de colo de útero (além dos 70% causados pelos quatro subtipos contidos na vacina quadrivalente), sendo os nove subtipos da vacina responsáveis por 85% dos casos de câncer vaginal.

A nova vacina é indicada para meninos e meninas, homens e mulheres de 9 a 45 anos. Para meninas e meninos de 9 a 14 anos, o esquema vacinal é de duas doses, com seis meses de intervalo.

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Já a partir de 15 anos, recomenda-se três doses, sendo a segunda dois meses após o início do esquema vacinal e a terceira, seis meses depois (esquema 0-2- 6 meses). Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade, devem receber três doses, também no esquema 0-2-6 meses.

Em comunicado disponibilizado pela farmacêutica, a médica Marcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil, ressaltou que a vacinação contra o HPV é mais efetiva quando ocorre na infância, uma vez que induz a produção de mais anticorpos e, por consequência, garante a proteção contra o vírus antes de ter contato com ele.

O imunizante está disponível em clínicas particulares, com preço médio de R$ 950.

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Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Saúde informou que não há previsão de integrar a vacina nonavalente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo a pasta, a inclusão de novas terapias e tratamentos no SUS é avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e, até o momento, não há solicitação em aberto para avaliação da nonavalente de HPV na Conitec.

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Vacina contra o HPV já existe no SUS

Desde 2014, o PNI disponibiliza a vacina HPV4, que protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Inicialmente, o imunizante foi integrado à rede pública para meninas de 11 a 13 anos, e posteriormente foi sendo estendida de forma progressiva para outras faixas etárias. Em 2017, os meninos passaram a ser contemplados e, desde 2022, a vacina consta como rotina do calendário nacional de imunização para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos de ambos os sexos.

A principal diferença entre a nova vacina e a já disponibilizada pelo SUS é o fator de proteção, já que a Gardasil 9 previne contra cinco subtipos a mais.

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Estudos clínicos sobre as duas vacinas demonstraram um ganho de proteção significativo, que varia de 5 a 10%, dependendo da região corporal. Em casos de câncer de colo do útero, por exemplo, o ganho de proteção é de 70% para 90%.

Por causa disso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu uma nota técnica recomendando o imunizante como preferencial por aumentar a proteção contra as doenças associadas ao HPV.

Entretanto, a entidade científica destacou que a nonavalente não diminui a importância da quadrivalente, oferecida pelo PNI, uma vez que a vacina protege contra o HPV16 e o 18, os principais tipos subtipos de HPV associados ao câncer.

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"Aumentar a proteção é importante na esfera individual, mas em questão de saúde pública, a vacina que já temos é excelente. A quadrivalente continua sendo o carro-chefe, principalmente porque em termos de saúde pública você tendo uma vacina que tem possibilidade de evitar 70% dos casos de câncer de colo de útero é maravilhoso", afirma Juarez Cunha, presidente da SBIm.

Além do incremento de proteção, o médico ainda ressalta que outra vantagem da nonavalente é a ampliação da faixa etária que pode receber a vacina, visto que, no SUS, o imunizante é restrito a jovens ou a adultos imunossuprimidos. No sistema público, a quadrivalente pode ser aplicada neste público em pessoas de 9 a 26 anos ou de 9 a 45 anos de idade - a depender da causa da imunossupressão.

Segundo a SBIm, quem já recebeu a vacina quadrivalente, ou ainda a bivalente, e deseja ampliar a proteção por meio da aplicação da nonavalente deve aguardar 12 meses após o término do esquema de vacinação para, então, receber o novo imunizante.

Estudo da Fundação do Câncer divulgado no fim de março aponta que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que é o HPV?

Vírus transmitido pela relação sexual ou pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, o HPV é responsável pela quase totalidade dos casos de câncer do colo do útero, por mais de 90% dos casos de câncer anal e por 63% dos cânceres de pênis, além de parte de outros tipos de tumores, como os de garganta, vulva e vagina.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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