O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 17, que "nenhum empresário sério do agronegócio deseja queimada" e que esses empresários "sabem a importância que eles têm na exportação dos produtos agrícolas e exigências internacionais".
O presidente afirmou que "o cidadão que resolve provocar queimada, seja qual for a razão dele provocar queimada, desnecessariamente, está cometendo um crime contra a legislação brasileira, contra a economia brasileira, contra as aspirações desse País que quer se transformar num país altamente soberano e respeitado no mundo".
Segundo o presidente, "tudo o que formos fazer, vamos tentar estabelecer uma discussão". "Hoje, passamos a manhã discutindo a questão do agrotóxico", relatou.
Lula disse que "não é possível que a gente não tome atitude com crescimento da utilização de agrotóxico" e defendeu uma proposta, discutida com lideranças, Embrapa e empresários, sobre o uso dos defensivos agrícolas no campo.
"Não é possível que 80% do agrotóxico proibido na Alemanha possa ser vendido aqui no Brasil. Proibido nos Estados Unidos e pode ser vendido aqui no Brasil, como se nós fôssemos uma republiqueta de bananas em que aqui se pode jogar tudo. Não é possível", afirmou.
"(Eu) me proponho a fazer uma reunião com a bancada ruralista, e aí vamos ver quem é sério e quem não é sério. As pessoas sabem que usar bioinsumo é muito mais fácil. Utilizar coisas que garantam uma produtividade saudável é muito mais interessante para todo mundo", completou.
Lula defendeu que o Brasil deixe o que chamou de "complexo de vira-lata" e rediscuta a questão dos agrotóxicos. "Não é produtor rural que está fazendo pressão no Congresso, não. São os empresários dos agrotóxicos, que conseguem, inclusive, convencer gente de boa índole a usar uma coisa desnecessária. Vamos ter que repensar muita coisa", declarou.
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